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Poder-se-ia considerar que nos últimos anos houve uma crescente participação feminina no exercício de cargos públicos, no protagonismo e nas ações dos movimentos feministas e nas representações como lideranças nas associações comunitárias. As associações comunitárias, ainda que de forma tímida, têm se tornado um espaço de formação política e de militância da mulher, quando busca encontrar soluções de questões fundamentais para a vida das pessoas que ali moram.Entende-se que, nesse espaço de conscientização da cidadania, a mulher assume um lugar de poder e, corajosamente, enfrenta a hegemonia patriarcal. Até porque, a participação da mulher na atividade política sempre esteve limitada por ser uma atividade pública e, portanto, reconhecida socialmente como uma atividade masculina. É neste sentido, que consideramos importante trazer para o espaço acadêmico, parte da experiência narrada na entrevista concedida por Dona Sônia Maria da Conceição Barbosa, presidente da Associação de Mulheres Rurais da Comunidade de Saquinho e Região. Dona Sônia, como é conhecida pelos moradores da comunidade, mulher negra, moradora da comunidade de Saquinho, município de

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Neste artigo, discute-se a representação que a casa tem como espaço biográfico das trajetórias de vida de cinco mulheres idosas da comunidade rural de Saquinho, município de Inhambupe (BA). As casas das mulheres possuem legado histórico e sociocultural construído por cada uma delas. Para a coleta de dados, utilizou-se a pesquisa qualitativa com ênfase para os métodos etnográfico e biográfico, bem como a apropriação e utilização da entrevista narrativa. Para escrita e análise dos dados, buscou-se dialogar com Bacherlard (2008), Delory-Momberger (2012), Pereira (2008; 2014), Pineau (2006), Certeau, (1996), dentre outros teóricos. Ao analisar os excertos textuais selecionados para o texto, percebe-se que a casa se constitui essencialmente como espaço biográfico, pois nela cada membro da família se inscreve como autor e protagonista principal. É na casa que se iniciam e retomam as lutas diárias. As casas se constituem como lugar de poder, proteção e domínio. Fica evidente nas narrativas das mulheres idosas que a casa tem um significado especial, assumindo sentidos pessoais os quais extrapolam a concepção de mero espaço físico. [Recebido em: 29 jul. 2021 – Aceito em: 30 out. 2021]

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