This article intends to be a contribution to the present issue, entirely dedicated to Amílcar Cabral and the Idea of the Anticolonial Revolution. The main goal is to shift and decentralize the emphasis so far exclusively laid upon the historical weight of Cabral as an individual. In other words, we propose a more inclusive analysis and an approach that does not overlook the multiplicity of interactions and connexions, as well as how several interconnected elements hardly related to the figure of Cabral fostered the process of the liberation struggle of Guinea and Cabo Verde and brought it into fruition. In this introductory considerations we will address three main topics. First, we address Amílcar Cabral and PAIGC’s liberation project of struggle in relation with the domestic and transnational wave of decolonization from the same period. Secondly, we briefly outline the different topics so far discussed in the academic and non-academic works related to the history of liberation of Guinea and Cabo Verde, as well as how certain perspectives influenced the understanding of this history. Finally, we highlight the pertinence of the topic of this volume and identify the contribution of each of the different case studies presented in the articles.

Ao envolver-se na questão colonial portuguesa, a Organização das Nações Unidas intensificou as suas iniciativas com o início da guerra em Angola e, posteriormente, nas vésperas da descolonização. Sem negar a importância de outros fatores, pretendemos estudar o impacto das ações desenvolvidas pelas Nações Unidas na independência das colónias portuguesas. O núcleo central do artigo será constituído pelo intervalo de tempo compreendido entre a mudança de regime em Portugal com o 25 de Abril e a admissãode Angola, em dezembro de 1976, como membro da Organização. A análise reportar-se-á num primeiromomento ao interesse das Nações Unidas em participar no processo de descolonização e à recusa do seu contributo por Portugal e pelos movimentos de libertação. O segundo momento remeter-nos-á para o período em que o governo português passou a solicitar a intervenção da Organização e em que foi confrontado com os receios do secretário-geral, Kurt Waldheim, quanto a um eventual comprometimento com a situação em Timor e Angola. Subjacente ao artigo estará a tentativa de desmistificar o entendimento que tem sido propagada segundo o qual as Nações Unidas não participaram no processo de descolonizaçãoportuguês.

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