Introdução: A violência e o vírus da imunodeficiência humana são problemas sociais que possuem consequências nefastas à saúde das mulheres grávidas, principalmente. Esse contexto acarreta a alta prevalência de violência perpetrada por parceiro íntimo na gravidez, causando repercussões negativas à saúde do binômio mãe-bebê e aumentando o risco de transmissão do vírus da imunodeficiência humana, bem como de outras infecções sexualmente transmissíveis. Objetivo: Caracterizar o perfil sociodemográfico de mulheres grávidas convivendo com vírus da imunodeficiência humana e sua relação com a violência por parceiro íntimo. Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória, qualitativa, desenvolvida em três municípios do estado do Rio de Janeiro, sendo um hospital universitário, localizado na Zona Norte do município do Rio de Janeiro (RJ), e duas unidades de assistência especializada em vírus da imunodeficiência humana/aids, localizadas nos municípios de Macaé (RJ) e Rio das Ostras (RJ). A técnica de coleta de dados foi um roteiro de entrevista semiestruturada. Resultados: Foram entrevistadas 27 mulheres, das quais 24 vivenciaram violência perpetrada por parceiro íntimo. As formas de violência relatadas foram a psicológica, para 19 mulheres, física, para 12 delas, sexual, para 5 das mulheres, patrimonial, para 10 delas, e moral, para 18 delas. Dessas, 10 se autodeclararam de cor preta, 10 pardas e 7 brancas. Quanto à escolaridade, apenas 1 possuía ensino superior completo, 11 possuíam ensino médio completo e 8 ainda não haviam concluído. Uma completou apenas o ensino fundamental e seis pararam de estudar ainda nesse período. Quanto ao preservativo, 22 nunca haviam usado. Onze relataram ter tido inúmeros relacionamentos. Conclusão: Os dados analisados possibilitaram a identificação do perfil das gestantes positivas para o vírus da imunodeficiência humana/aids nas regiões em questão, mostrando que a baixa escolaridade, a cor da pele preta ou parda, as relações sexuais com muitos parceiros e o não uso do preservativo podem se tornar fatores de risco tanto para vivenciar a violência perpetrada por parceiro íntimo como para contrair o vírus da imunodeficiência humana.