O intento deste trabalho consiste em perscrutar o conhecimento produzido na Administração Pública, no período entre 1970 até 2017, partindo do pressuposto que o Estado moderno corresponde a uma mediação determinante na sociabilidade capitalista. Procedemos, em um primeiro momento, uma análise do conteúdo no campo para mapear suas características principais quanto ao fazer científico e à abordagem teórica acerca do Estado. No segundo momento, aprofundamos a reflexão submetendo tais achados à crítica da economia política, para delinear suas mediações e determinantes. A investigação preliminar aponta que o Estado é tratado com uma condição de naturalização, de maneira que as produções científicas tendem, em sua maioria, a centrar suas análises nas abordagens gerenciais (técnicas/avaliações), cujos trabalhos de viés mais crítico se destinam tão somente a apresentar possibilidades de reforma e/ou melhoria da gestão. A conclusão ratifica a necessidade de avançar quanto à forma de produzir conhecimento na Administração Pública, cuja materialidade e a historicidade devem assumir um papel central enquanto categorias com capacidade de apreensão do real, buscando contribuir, desse modo, com mudanças qualitativas no estado das condições concretas de vida da sociedade.
Resumo Este ensaio objetiva perscrutar o filme Eu, Daniel Blake, tendo como foco o tratamento do diretor Ken Loach acerca da particularidade do trabalho assalariado e da burocracia do Estado no capitalismo contemporâneo, apoiados na estética oferecida por Lukács, o qual aponta ser a particularidade a questão central que envolve o processo de criação artística e a qual tomamos como ponto de partida para realizar uma análise fílmica materialista. Apontamos que o tratamento dado às categorias tem em sua gênese a tomada de partido por parte do diretor, uma vez que as aborda de maneira crítica e comprometida com a realidade, delineando, assim, o seu potencial reflexivo. Logo, ao retratar uma realidade singular vivida por um trabalhador britânico submetido a uma condição socioeconômica superestrutural que tem no regime do capital o elemento universal, a forma como a particularidade é retratada permite transcender a obra, que se constitui em uma síntese capaz de refletir a condição de exploração e estranhamento das mediações sobre as quais estão submetidos os trabalhadores em várias partes do mundo, bem como o papel do Estado. Concluímos que a estética materialista mostra-se um meio robusto e denso, que pode contribuir com as investigações da sociabilidade contemporânea.
Diante da atual conjuntura brasileira, resultado do desdobramento da crise mundial do capital, os movimentos da luta de classe se intensificam frente aos ataques a direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores/as, como é o caso da atual Reforma da Previdência Social. Nosso objetivo consiste em analisar os argumentos utilizados na atual proposta da assim chamada “Reforma” da Previdência buscando compreender os interesses por trás do que tem sido propagado. Investigamos a justificativa de que há um déficit nas contas da previdência, que seria sanado com medidas como a definição de idade mínima para aposentadoria atrelada à contribuição; aproximações entre o trabalho urbano e rural e entre homens e mulheres. Concluímos que a contrarreforma proposta, ao contrário do que tem sido divulgado, não se vincula à solidez do fundo, mas à manutenção dos privilégios da classe burguesa e o aumento da exploração dos/das trabalhadores/as.
Resumo Este ensaio objetiva perscrutar o filme Eu, Daniel Blake, tendo como foco o tratamento do diretor Ken Loach acerca da particularidade do trabalho assalariado e da burocracia do Estado no capitalismo contemporâneo, apoiados na estética oferecida por Lukács, o qual aponta ser a particularidade a questão central que envolve o processo de criação artística e a qual tomamos como ponto de partida para realizar uma análise fílmica materialista. Apontamos que o tratamento dado às categorias tem em sua gênese a tomada de partido por parte do diretor, uma vez que as aborda de maneira crítica e comprometida com a realidade, delineando, assim, o seu potencial reflexivo. Logo, ao retratar uma realidade singular vivida por um trabalhador britânico submetido a uma condição socioeconômica superestrutural que tem no regime do capital o elemento universal, a forma como a particularidade é retratada permite transcender a obra, que se constitui em uma síntese capaz de refletir a condição de exploração e estranhamento das mediações sobre as quais estão submetidos os trabalhadores em várias partes do mundo, bem como o papel do Estado. Concluímos que a estética materialista mostra-se um meio robusto e denso, que pode contribuir com as investigações da sociabilidade contemporânea.
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