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INTRODUÇÃOO câncer, por seu caráter crônico e de tratamentos invasivos e debilitantes, defronta o ser humano com perdas e com a possibilidade de finitude da vida. O mecanismo que o indivíduo tem de enfrentar tais questões é o luto, processo de trabalho psíquico em que se reage a perda de algo ou de alguém amado, dando sentidos a essa ausência até sua aceitação e a formulação de novos objetivos de vida (FREUD, 1915;2010). Embora envolva dor, após algum tempo, o luto será superado. Quando o luto não é autorizado ou é interrompido, será mal elaborado e deixará o indivíduo preso a um sofrimento sem possibilidades de externação ou com possibilidades precárias para isso.Profissionais da área oncológica, apesar de lidarem rotineiramente com a morte e o morrer, podem ter essa interdição de processo, pois, em sua formação, são ensinados a salvar e curar vidas, tendo relutância em aceitar a terminalidade. Além disso, vivenciam um ambiente estressor provocado por questões burocráticas, extenuantes jornadas de trabalho, alta responsabilidade e intensidade em suas atividades, necessidade de reprimir as emoções para cuidar de quem sofre e serem os comunicadores de más notícias (FARIA; FIGUEREIDO, 2017). Destarte, o objetivo desta pesquisa foi investigar os sentidos e significados que os profissionais da área oncológica atribuem às perdas, à morte e ao luto. METODOLOGIATrata-se de uma pesquisa clínico-qualitativa, concebida por Turato (2008), em que se realizou entrevistas semidirigidas de questões abertas, no período de fevereiro a maio de 2022, com profissionais de saúde, atuantes há mais de um ano em uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON), do serviço público de um município do interior da Bahia. Como direcionamento, as entrevistas tiveram cinco questões disparadoras, que nortearam para os seguintes conteúdos: significado de perda, formas para lidar com as perdas, pensamentos e percepções acerca do
Saúde coletiva INTRODUÇÃOO diagnóstico precoce em câncer infantojuvenil é um desafio, primeiramente em desconfiar da doença, pela sua raridade, e outrossim pela dificuldade no encaminhamento para a investigação diagnóstica e/ou para o tratamento em centros especializados (OPS, 2022). Para além das observações técnicas da doença e as dificuldades da gestão do sistema público de saúde, as particularidades pessoais e da formação do profissional de saúde que atende à criança pós-terapia têm efeitos para o diagnóstico precoce e, consequentemente, prognóstico da doença e qualidade de vida do sujeito.Essa problemática conduz à afirmação, que além de um problema da insuficiência do sistema público, há algo de ordem subjetiva do profissional de saúde com a representação da criança com câncer infantojuvenil, o que tem como efeito uma negação desse problema de saúde e dificulta sua atenção e cuidados devidos. Este trabalho tem o objetivo de discutir os afetos mobilizados pelos profissionais da atenção primária à saúde face à criança/adolescente com câncer a partir de intervenções que promovam a sensibilização de conhecimentos e de afetos. METODOLOGIATrata-se de um trabalho qualitativo, com a metodologia de pesquisa-ação (THIOLLENT, 2022), aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UFSB -Parecer nº.: 5.116.225 e contou com as seguintes etapas:-Convite às equipes de Unidades Básicas de Saúde, localizadas em um município de médio porte, no extremo sul da Bahia; -Ações, que ocorreram em grupos de conversação em torno da temática: criança e adolescente com câncer e divididos em dois encontros, de duração máxima de 2h30min a cada encontro. O primeiro encontro foi disparado pela leitura do material de apoio
processo de adoecer e sobreviver, a criança e o adolescente passam a ser confrontados com os limites do seu corpo, as significações sobre a morte e a vida, as mudanças na família e as suas relações interpessoais. Frente à doença, cada reação é única e depende da singularidade de cada pessoa. Esta pesquisa objetivou investigar os sentidos e significados que crianças e adolescentes, fora de terapia oncológica há pelo menos 02 anos, têm da doença, de seu tratamento e das experiências de vida durante e após o adoecimento. Todos residentes de Teixeira de Freitas e na faixa etária entre 08 e 19 anos. Devido à situação pandêmica do COVID-19, o planejamento foi readequado. As entrevistas semi-dirigidas com o público-alvo desta pesquisa não foram possíveis e foi realizada uma pesquisa com metodologia de revisão integrativa de literatura, com o objetivo de investigar as perspectivas das pesquisas científicas brasileiras dos últimos 20 anos cujos sujeitos de estudo são os sobreviventes de cânceres infantojuvenis a fim de analisar as principais temáticas envolvidas. Foram feitas buscas a partir dos descritores "sobreviventes", "câncer", criança", "adolescente", com o operador booleano AND, nas plataformas Google Acadêmico, SciELO, Pubmed, Lilacs e BVS, de artigos indexados em revista, no idioma português, com pesquisas realizadas no Brasil e que abordem estudos com sobreviventes de câncer infantojuvenil. Foram excluídos artigos de revisão de literatura e de pesquisas que tenham como público-alvo atores que não apenas os sobreviventes. Foram selecionados 21 artigos para o banco de dados bibliográfico. Destes, 10 abordaram os efeitos tardios físicos, 6 os psicossociais e 4 os subjetivos. Sobre os dois últimos, estudos indicam que somente uma minoria dos sobreviventes percebe prejuízo em sua saúde em geral, sugerindo que, em relação aos aspectos da sobrevivência, a maioria deles é resiliente. Sobre os efeitos tardios subjetivos, as pesquisas analisam profundamente as vicissitudes dos sobreviventes desde o diagnóstico até o pós-tratamento, descrevem os impactos dos efeitos tardios na vida deles e as possibilidades de ressignificações nesse processo. Por fim, esta pesquisa discute a importância de conhecer, de forma interdisciplinar e multicêntrica, as repercussões orgânicas, psíquicas e sociais da sobrevivência ao câncer infantojuvenil, pois se percebe um aumento nas chances de cura e essa precisa ser com qualidade de vida.
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