Introdução: As neoplasias primárias malignas do Sistema Nervoso Central (SNC) representam 1,49% de todas as neoplasias. As neoplasias cerebrais, de forma mais genérica, podem ser classificadas em tumores do tecido neuroepitelial (gliomas), tumores germinativos (meduloblastomas e neuroblastomas), tumores dos nervos periféricos, meningiomas e tumores metastáticos. O tumor cerebral primário tem relação com a idade e a localização, enquanto o prognóstico depende do tipo, grau histológico, localização e idade. O Instituto Nacional do Câncer estimou que em 2020, houve 626.030 casos de neoplasias em geral, e 11.100 casos no SNC. A mortalidade registrada para neoplasias malignas do SNC compôs 9.309 óbitos em 2018. Embora a incidência de neoplasias intracranianas seja inferior a dos demais cânceres, os tumores cerebrais assumem grande importância na oncologia e se destacam no âmbito de novas pesquisas e tratamentos. Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico das biópsias cerebrais e cerebelares operadas em um hospital do Médio Vale do Itajaí, Santa Catarina, no período de 2006 a 2021. Métodos: A pesquisa foi transversal, descritiva, exploratória, retrospectiva, com abordagem quantitativa a partir dos dados da Neurocirurgia, com análise de um total de 132 casos, incluindo casos não neoplásicos, neoplasias cerebrais e cerebelares. Dados foram obtidos no setor de registro hospitalar e registros anatomopatológicos no período de 2006 a 2021, que obedeceram aos critérios de seleção da amostra. Foram excluídos casos de pacientes que não realizaram a biópsia no hospital da pesquisa. Os dados foram tabulados e analisados estatisticamente no Microsoft Excel® e correlacionados em seguida. Os diagnósticos foram separados em não neoplásicos, grau I/II para tumores de baixo grau e grau III e IV para neoplasias de alto grau. Resultados e Discussão: Do total de 132 casos analisados, 24 amostras foram identificadas como não tumorais (incluindo-se abscessos, cistos e hemorragias), 46 amostras como grau I/II e 60 amostras como grau III/IV, além de 2 amostras classificadas como não graduáveis, devido à diagnósticos inconclusivos*. Em relação às biópsias não tumorais, os eventos hemorrágicos foram mais frequentes, com 37% dos casos não neoplásicos. Na análise por gênero, levando-se em consideração neoplasias de grau I e II, o sexo feminino foi o mais prevalente, na proporção de 56:44 (F:M) com média de idade de 47 anos. O sexo masculino foi o mais prevalente para neoplasias de grau III e IV, na proporção de 57:43 (M:F), com média de idade de 52 anos. Comparando-se com números nacionais, para o Brasil, estimam-se 5.870 casos novos de câncer do sistema nervoso central em homens e 5.220 em mulheres, para cada ano do triênio 2020-2022. Esse valor corresponde a um risco estimado de 5,61 casos novos a cada 100 mil homens e de 4,85 casos novos a cada 100 mil mulheres. Em Santa Catarina, a última taxa bruta de casos de neoplasias do SNC foi de 9,95 casos para cada 100 mil homens e 9,34 casos para cada 100 mil mulheres. Ao analisar os números americanos, de acordo com um estudo realizado pela Central Brain Tumor Registry dos Estados Unidos (CBTRUS), verificou-se que entre os anos de 2012 a 2016, a taxa de de incidência de tumores do SNC foi maior em mulheres em comparação com homens (25,84 versus 20,82), entretanto, quando se analisou a graduação, nas neoplasias malignas o sexo masculino foi mais prevalente. Na análise por graduação e diagnósticos, em nosso estudo, o Meningioma foi o diagnóstico mais encontrado para tumor de grau I/II (58% dos casos) e o Glioblastoma mais frequente em tumores de grau III/IV (53% dos casos). O estudo norte-americano realizado pela CBTRUS, mostrou que, entre os anos de 2012 a 2016, nos Estados Unidos, a neoplasia benigna do SNC com maior incidência foi o meningioma (37,6%), enquanto entre as neoplasias malignas, foi o glioblastoma (14,6%), portanto sendo compatível com os resultados da nossa pesquisa. Dentre os casos levantados, tivemos alguns dados incompletos por falta de envio de dados clínicos - localização e idade principalmente, e também alguns casos que permaneceram sem diagnóstico conclusivo por falta de autorização para realizar exame imuno-histoquímico, e também um caso com severos artefatos de autólise. Conclusão: Embora as neoplasias primárias malignas sejam altamente fatais, há uma carência de dados sobre a incidência por graduação dos tumores do SNC em Santa Catarina e no Brasil. O sexo masculino teve maior prevalência dentro das neoplasias malignas, estando de acordo com resultados de outras pesquisas e com relação à graduação, meningiomas e glioblastomas foram os tumores cerebrais mais prevalentes na região estudada, o que corrobora com outras revisões de literatura analisadas. Logo, tais dados obtidos poderão auxiliar estudos epidemiológicos futuros.
Pemphigus vulgaris (PV) is a rare mucocutaneous disease caused by the abnormal production of antibodies against epithelial cell surface glycoproteins, resulting in loss of cell adhesion and intraepithelial blister formation. Cervical involvement in PV has been poorly reported, and there is little information regarding the criteria about consequential cytological changes identified in a Papanicolaou-stained cervicovaginal smear (Pap smear). Here, we report a case of PV manifesting in the cervix as well as the difficulty associated with the cytomorphological identification and interpretation of acantholytic cells. This case involved a 40-year-old patient with no history of Pap test abnormalities and no prior diagnosis of PV. In the cytological assessment, cells were identified both in isolation and in clusters that exhibited round nuclei of increased volume, inconspicuous nucleoli, and perinuclear halos. The patient underwent a cervical biopsy that revealed vesiculobullous lesions and morphological pattern consistent with PV. A skin biopsy confirmed this diagnosis. We concluded that knowledge of PV cytomorphology is important because difficulties associated with the identification and interpretation of acantholytic cells might be responsible for false positive diagnoses of cervical neoplasia. However, a suspected diagnosis of PV is possible if the cytological findings are carefully correlated with the clinical data.
Introduction: Atypical glandular cells (AGC) are carriers of insufficient nuclear abnormalities for the diagnosis of adenocarcinoma, but exceed the criteria for classification as reactive glandular cells. This is an uncommon diagnosis, which may be associated with neoplastic lesions. Objective: To evaluate the clinical significance of primary cytological diagnosis of AGC through correlation with results of subsequent cyto-histologic examination. Materials and methods: 10 years retrospective study based on cervical cytologic results indicating AGC, classified as "possibly non-neoplastic" or "cannot exclude high-grade intraepithelial lesion". It was performed cyto-histopathological correlation in cases that were submitted to subsequent histopathological examination up to two years after cervical cytology analysis. Results: AGC were reported in 380 (0.06%) exams, providing 160 cases with subsequent biopsy. 85 (53.1%) of these, presented benign changes and 75 (46.9%) neoplastic lesions. From 114 "possibly non-neoplastic" cytological results, 71 (62.3%) had benign histological changes, and 43 (37.7%) neoplastic lesions, corresponding to a negative predictive value (NPV) of 62.3%. In contrast, among the 46 AGC "cannot exclude high-grade intraepithelial lesion" results, 14 (30.4%) presented benign changes and 32 (69.6%) neoplastic lesions (positive predictive value [PPV] = 69.6%). Discussion: The high rate of cancer associated with the diagnosis of AGC reassures the importance of recognizing these atypical cells in pap smears. The classification of "possibly non-neoplastic" and "cannot exclude high-grade intraepithelial lesion" may suggest the origin of cytological changes. Conclusion: Our results reinforce the importance of adequate follow-up of patients with AGC diagnosis on cervical cytology.
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