Este artigo tem por objetivo relatar uma experiência de formação interdisciplinar por meio de possibilidades de encontro entre os cursos de Psicologia e de Terapia Ocupacional (TO) acerca do desenvolvimento humano. O relato prioriza a dinâmica de aproximação entre duas disciplinas, o planejamento, as estratégias e a avaliação do conteúdo. Essa experiência evidenciou possíveis encontros que se abrem com a proposta da interdisciplinaridade no ensino. Por intermédio do planejamento interconectado e de propostas de ações em parceria, a integração de diferentes áreas de conhecimento ganhou espaço, bem como a articulação das dimensões teórica e prática, baseadas na perspectiva de ampliação e integralidade da atenção, mostrando-se como caminho para reflexão sobre a complexidade da trajetória do desenvolvimento humano.
RESUMO: Devido à importância da participação familiar nos programas de intervenção precoce, pesquisas têm estudado o tema da qualidade de vida familiar a fim de aprimorar o cuidado na primeira infância. O objetivo deste artigo foi, assim, relacionar as formas de organização das famílias para o processo de intervenção precoce com a qualidade de vida familiar, a partir do olhar de um familiar. É uma pesquisa quali-quantitativa, que utilizou dois instrumentos: a entrevista semiestruturada e a Escala de Qualidade de Vida Familiar (EQVF). Participaram do estudo dez familiares de dez crianças de zero a três anos com possíveis ou já presentes alterações do desenvolvimento atendidas no Centro Especializado em Reabilitação II - Deficiência Física e Intelectual (CER-II), de um município da Região Metropolitana da Baixada Santista. Verificou-se que a pontuação da EQVF se aproxima de outras pesquisas, com maior satisfação ao apoio relacionado à deficiência e menor satisfação com o bem-estar emocional, além da relação entre a presença de redes de apoio e a qualidade de vida familiar. Observou-se a predominância de ações fragmentadas entre os serviços, a baixa frequência escolar das crianças e a unanimidade de participação de familiares do gênero feminino; foram, também, ressaltados os obstáculos relacionados à sensação de sobrecarga e à falta de suporte.
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