O artigo analisa a implementação da educação remota na Rede Estadual de Minas Gerais por meio do “Regime de Estudo não Presencial” (REANP) em tempos de pandemia. A pesquisa se deu em três fases: levantamento dos marcos institucionais do programa; análise dos eixos de ação e dos comentários nos canais de comunicação disponibilizados pela Secretaria de Educação (SEE). Os dados foram organizados em sete dimensões: (1) o acesso ao programa; (2) a receptividade ao REANP; (3) percepções sobre o aplicativo e suas funcionalidades (4) questões associadas à tecnologia; (5) conteúdo; (6) adesão à educação remota e (7) conexão entre os eixos do REANP. Os dados mostram a dificuldade que a SEE tem enfrentado para criar vínculos e estratégias de adesão multinível entre os atores institucionais, os instrumentos, os processos, as tecnologias, os territórios e seus profissionais. Os dados indicam que a educação pública remota vincula e potencializa questões sociais e econômicas e que a SEE as minimizou em seu desenho, linearizando a oferta. Não foram encontradas ações ou estratégias destinadas aos alunos da educação especial, quilombola, indígena e de jovens e adultos. As percepções dos usuários apontam para duas questões: os riscos de a educação remota aprofundar as desigualdades sociais e educacionais e a adoção de estratégias de formação virtual, apoiadas pelas tecnologias, pós pandemia.
Este artigo analisa os profissionais da escola como agentes implementadores de políticas públicas a partir de uma perspectiva política, tomando como referência as pesquisas
Este artigo analisa os limites e possibilidades das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) para a formação continuada de professores na modalidade a distância. Os dados utilizados advêm de uma pesquisa realizada com 26 sujeitos que compuseram a equipe de formação do Programa Escola de Gestores (PNEG) na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) no período de 2013 a 2015. As entrevistas foram codificadas através da utilização do software NVivo®. Os dados analisados revelam que tais experiências promovem um ambiente virtual colaborativo de aprendizagem e reflexão a partir das vivências que os formadores trazem consigo. As dificuldades e os desafios enfrentados pelos formadores relacionam-se ao trabalho virtual, à distribuição do tempo e a fluência digital. Em relação às TDICs, a mediação que se dá através dessas tecnologias tem repercutido positivamente em suas práticas pedagógicas, em função do intercâmbio de saberes e experiências entre a educação presencial e a EaD.
Este artigo analisa a implementação do Programa Bolsa-Família na cidade de Belo Horizonte, a partir dos agentes de base (street-level bureaucrats), sob a perspectiva da condicionalidade educacional. O programa transfere uma bolsa para famílias em situação de pobreza, vinculando o pagamento ao cumprimento de co-responsabilidades nas áreas da educação e saúde. Lipsky (1980) é uma referência neste campo porque, ao analisar esse processo a partir da perspectiva dos atores que estão na ponta, assume que tais agentes exercem influência sobre essas políticas, alterando seu curso de ação. Nesta cidade, os profissionais da educação e da assistência são os que correspondem à caracterização do autor. As 31 entrevistas realizadas indicam que há tipos diferentes de interação, explicados pelas distintas percepções, valores e interpretações que esses atores constroem quando desempenham suas funções, estimulando o fortalecimento de redes de cooperação. A pesquisa revela que essa condicionalidade mobiliza os agentes de base, mesmo quando a intersetorialidade ainda é um problema institucional. Palavras-chave: Bolsa-Família; street-level bureaucracy; implementação; agentes públicos de base
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