Objetivo: Avaliar a percepção da pessoa vivendo com o vírus da imunodeficiência humana sobre a ocorrência de atitudes discriminatórias em atendimento odontológico. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo, realizado com pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana e em tratamento em um centro de referência, na cidade de Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil, no período de janeiro a julho de 2019. Foram incluídos 25 participantes no estudo, tendo sido realizadas entrevistas semiestruturadas. Os dados coletados foram submetidos à análise de conteúdo temática e, a partir daí, as categorias que emergiram incluíram o receio da informação do diagnóstico ao profissional de saúde e a recusa de atendimento por profissionais da saúde. Resultados: Entre os entrevistados, houve percepção de confiança para informação de sua condição sorológica ao profissional, embora também tenha ocorrido omissão dela. Foi percebida certa insegurança relacionada ao cirurgião-dentista na realização do tratamento odontológico, incluindo atitudes discriminatórias no consultório e até recusa de atendimento. Conclusão: Entre as pessoas vivendo com o vírus da imunodeficiência humana investigadas no presente estudo, houve percepção de condutas discriminatórias e dificuldades para conseguirem atendimento odontológico, além do receio de informar seu diagnóstico ao cirurgião-dentista, omitindo-o.
Objetivo: Avaliar a internação hospitalar por câncer de boca e faringe no Brasil no período de 2008 a 2017. Métodos: Estudo das internações por estas neoplasias registradas no Sistema de Informação Hospitalar disponíveis no DATASUS/MS entre 2008 e 2017. Resultados: Foram registradas 263.556 mil internações por câncer de boca e faringe. O Sudeste apresentou a maior frequência de casos (44,3%). A maior taxa de internação ocorreu no Sul (19,6/100 mil habitantes). As maiores taxas de letalidade encontradas foram no Norte (12,7%) e Sudeste (12,3%). Houve um predomínio de internações em regime privado (53,5%) e em caráter de urgência no Brasil (53,5%). A média de permanência hospitalar foi de 6,4 dias. A taxa de letalidade em caráter de urgência foi maior do que em caráter eletivo. A taxa de internação apresentou tendência decrescente e a taxa de letalidade hospitalar, tendência de incremento de 0,2% a cada ano. A análise de índice de desenvolvimento humano médio e taxa de internação mostrou correlação moderada positiva entre essas variáveis e as regiões do país. Houve maior custo médio em reais por internação hospitalar em caráter eletivo e a região Centro-Oeste obteve maior média de custo financeiro (por guia autorizada) nesta modalidade. Conclusão: Observa-se um elevado número de internações por estes tipos de câncer no Brasil, além de um acentuado custo e alta média de permanência hospitalar, sendo variável entre as regiões do país. Descritores: Neoplasias bucais. Hospitalização. Mortalidade.
A infecção pelo vírus HIV é caracterizada por imunossupressão e pode apresentar manifestações na região da cabeça, incluindo lesões orais que podem ser os primeiros sinais clínicos da infecção. Essas manifestações podem indicar a deterioração imunológica e progressão da doença. O objetivo dessa dissertação foi avaliar manifestações orais e a percepção sobre o atendimento odontológico em pessoas vivendo com HIV (PVHIV) em tratamento antirretroviral. Foi realizado um estudo do tipo misto, divido em dois capítulos. O primeiro capítulo refere-se a um estudo quantitativo, que teve como objetivo avaliar a prevalência de lesões orais em PVHIV e sua associação com contagem de CD4, carga viral e terapia antirretroviral. O segundo capítulo possui desenho qualitativo, para avaliar sob a percepção da PVHIV, a ocorrência de atitudes discriminatórias quanto ao atendimento odontológico. Os resultados indicaram manifestações orais em 58,39% dos pacientes. Dentre essas, a doença periodontal com e sem mobilidade, 78(48,45%) e 79 (49,07%), respectivamente, foi observada com maior frequência, seguida de hiperpigmentação da mucosa oral 23 (14,29%), eritema gengival linear (LGE) 15 (9,32%), candidose pseudomembranosa 14 (8,70 %). Encontrou-se relação entre doença periodontal com mobilidade dentária e tabagismo (p = 0,04), bem como tempo de tratamento (p = 1,53e-3) e idade (p = 0,02). A hiperpigmentação esteve relacionada à raça (p = 0,01) e tabagismo (p = 1,30e-6). A contagem de CD4, razão CD4: CD8, carga viral ou tipo de tratamento (monoterapia, terapia dual ou HAART) não foram associados às manifestações orais. Análise de regressão logística indicou que o tempo de tratamento possui efeito protetor sobre a doença periodontal com mobilidade dentária ([OR = 0,28 (-2,27--0,25); p= 0,03]), independente da idade ou tabagismo. Para hiperpigmentação, o melhor modelo incluiu tabagismo ([OR8,47 (1,18-3,10), p = 1,31e-5), sem raça ou tipo e tempo de tratamento. No capítulo 2 emergiram duas categorias, o receio da informação do diagnóstico ao profissional de saúde e a recusa de atendimento por profissionais da saúde. Os resultados mostraram que podem ser observadas manifestações orais em PVHIV em tratamento, predominantemente a doença periodontal com ou sem mobilidade dentária. Os dados indicam ainda que existe um efeito protetor da duração do tratamento em relação à doença periodontal com mobilidade e que a hiperpigmentação parece estar mais relacionada ao tabagismo do que ao tipo e duração do tratamento. Os resultados mostraram ainda que há o receio entre os pacientes em informar seu diagnóstico ao cirurgião-dentista, omitindo-o, e que houve percepção da presença de atitudes discriminatórias por cirurgiões-dentistas, incluindo a recusa do atendimento e o uso excessivo de medidas de biossegurança em PVHIV.
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