A pandemia de Covid-19 decretada como emergência global em março de 2019 pela Organização Mundial de Saúde, pode ser considerada a maior emergência de saúde pública desde a gripe espanhola de 1929. Como estratégia de enfretamento os profissionais de saúde e de segurança pública estão na linha de frente, seja na atuação junto as medidas sociais de contenção, seja no atendimento direto aos doentes, estando, portanto, em maior exposição a contaminação e aos fatores de risco psicossociais. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi identificar os impactos psicossociais da pandemia de SARS-COV-2 nesses dois grupos profissionais distintos da população brasileira. Participaram deste estudo 237 profissionais de saúde (76,79% mulheres e 23,21% homens) e 241 participantes (70,54% homens e 29,46% mulheres). Foram avaliadas a exposição a fatores de risco psicossociais no trabalho, suporte social, sintomas de estresse, depressão, ansiedade, burnout e de Transtorno de Estresse Pós-traumático. Os resultados para os dois grupos indicam exposição fatores de risco psicossociais no trabalho, principalmente exposição a riscos físicos, químico e ergonômicos e a estressores relacionados ao baixo controle sobre o trabalho em si. Profissionais de saúde apresentaram maior suporte social. Foram identificados baixos escores em qualidade de vida para os domínios físico (M = 2,25, DP = 0,56), psicológico (M = 1,65, DP = 0,98) e relações sociais (M = 2,34, DP = 1,25), não havendo diferença significativa entre os grupos. Em termos de saúde mental foi identificada a ocorrência de sintomas ansiosos em 63,29% dos profissionais de saúde e 41,49% para os profissionais de segurança pública e de estresse com taxas de 84,39% e 95,44% respectivamente. Identificou-se maior incidência de sintomas depressivos entre os profissionais de saúde (50,63%) em comparação com profissionais de segurança pública (39,00%). Os escores de burnout se mostraram mais altos para profissionais de saúde. Foram identificadas ainda, correlações significativas entre menor qualidade de vida geral e exposição a fatores de risco psicossociais no trabalho (r = -0,45, IC = -0,32 – -0,51), e da exposição a estes fatores de risco com aumento de sintomas ansiosos (r = 0,33, DP = 0,27 – 0,35), depressivos (r = 0,37, IC = 0,30 – 0,41), burnout (r = 0,36, IC = 0,30 – 0,42). O suporte social se mostrou como fator potencialmente redutor dos sintomas psicopatológicos em geral.
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