Este estudo tem como objetivo abordar o modo como os Kaingang da Terra Indígena Foxá, no município de Lajeado (RS), percebem as políticas públicas brasileiras de saúde indígena e a relação saúde-doença, durante o período pandêmico de Covid-19. A metodologia utilizada elenca a abordagem etno-histórica e o caráter interdisciplinar no tratamento dos dados sobre o povo indígena Kaingang. Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, de natureza descritiva, utilizando a revisão bibliográfica construída a partir de fontes documentais e orais sobre saúde indígena, com o uso de diários de campo e entrevista in loco, com as lideranças indígenas Kaingang, da Terra indígena Foxá. Os principais resultados evidenciaram que apesar da legislação brasileira garantir aos povos indígenas o atendimento diferenciado, com respeito à diversidade cultural-religiosa, o acolhimento às demandas dos indígenas Kaingang investigados é pouco efetivo, uma vez que os profissionais de saúde tendem a não compreender a perspectiva indígena na relação saúde-doença, sendo esta mais complexa em tempos de pandemia. Constatou-se que, para os Kaingang da Terra Indígena Foxá, a relação saúde-doença está ligada ao rompimento (parcial) do homem com a natureza, incluindo seus ciclos. À vista disso, as políticas públicas de saúde não contemplam adequadamente os aspectos da natureza da mesma forma que na concepção dos indígenas, distanciando ambas as culturas.
O presente artigo aborda a temática da saúde indígena, buscando trazer a luz o modo como são, e foram, acessados os direitos relativos à saúde, durante o período pandêmico de Covid-19, selecionando como estudo de caso uma terra indígena em contexto urbano no Vale do Taquari/RS. A metodologia empregada foi qualitativa, de carácter descritivo, utilizando-se da revisão bibliográfica construída a partir de fontes documentais e orais sobre e com os Kaingang. Recorreu-se ainda o uso de diários de campo do acervo de Projeto de Pesquisa e Extensão da Univates. Os principais resultados evidenciaram que, apesar da legislação brasileira garantir aos Kaingang e outros povos indígenas o atendimento diferenciado, com respeito à diversidade cultural, o acolhimento às demandas dos indígenas é pouco efetivo, uma vez que os profissionais de saúde tendem a não compreender a perspectiva indígena na relação saúde-doença, situação ainda mais complexa em tempos de pandemia. A conclusão reitera que políticas públicas de saúde não contemplam adequadamente os aspectos cosmológicos dos povos indígenas brasileiros, que são múltiplos, distanciando ambas as culturas.
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