Em Minas Gerais, a crise hídrica dos últimos anos corroborou a necessidade de adoção de tecnologias eficientes para a diminuição dos desperdícios e o reuso de água. Vistas as experiências de reuso em vários países, o objetivo deste estudo é analisar o uso potencial de esgoto doméstico tratado na agricultura irrigada na bacia hidrográfica do rio Paracatu, região com Declarações de Área de Conflito – DAC formalizadas. A metodologia consistiu em: avaliar os usos e comparar o volume de água bruta demandado para irrigação com o volume gerado no tratamento de efluentes na bacia do rio Paracatu; estimar o custo do transporte do efluente para reuso, por caminhão pipa; e comparar o valor de cobrança pelo uso dos recursos hídricos com o custo estimado do transporte de água de reuso. A demanda de água bruta para a irrigação é de aproximadamente 182 x 106 m3/ano e o volume de água de esgotos tratados é de 8,36 x 106 m3/ano, cerca de 4,6% da demanda para fins de irrigação. A comparação entre o valor de cobrança da água bruta outorgada e o custo estimado do transporte de água, aponta para uma relação entre 12 e 2%.
The present paper carried out an evaluation of the reuse potential of the Wastewater Treatment Plants (WWTPs) effluents for irrigation in the 12 Brazilian Hydrographic Regions (BHRs). For this purpose, initially, the WWTPs were categorized and the effluent flow rate was estimated. Category 1 represents secondary effluent with an efficiency of organic matter removal greater than 80%; Category 2 represents effluent that underwent some disinfection step; and effluents that perform less than the other categories were called ‘Uncategorized’. After that, the irrigation water demands for each BHRs were compiled, and finally, the production of water for reutilization were compared with the demand for irrigation. Thus, it was observed that all the sewage flow rate generated in Brazil classified in Categories 1 and 2 represents 9% of the total irrigation water demand in the country (1,078.71 m3/s) and it stands out that only 7% of the flow treated in Brazil undergo a tertiary treatment step.
O reúso de águas tem sido considerado uma ferramenta estratégica para atenuar as pressões hídricas. No Brasil ainda não há uma legislação específica, de abrangência nacional, com a abordagem de padrões de qualidade de água para fins de reúso. Nesse estudo foram analisados 11 documentos reguladores (legais, normativos e norteadores) federais e sub federais, tanto em relação ao reúso de água como em relação aos usos múltiplos da água. Objetivou-se com isso estabelecer uma comparação entre os principais padrões de qualidade de água para contribuição à implementação e ao aprimoramento do instrumento de reúso no Brasil. Concluiu-se que os documentos legais que abordam o uso e o reúso de águas apresentam padrões sobrepostos e na maioria dos casos, com valores bastante discrepantes. Em relação à restrição de uso ou exposição ao risco para os casos de reúso urbano, há uma grande diversidade nas premissas conceituais entre os diferentes instrumentos avaliados. Os documentos legais específicos para reúso de águas no Brasil apresentam-se com restrições demasiadamente elevadas, podendo dificultar a implantação de ações efetivas de reúso no país. O padrão de qualidade de água específico para reúso deve ser condizente com a realidade socioeconômica do país, indicando principalmente o padrão microbiológico do efluente e os parâmetros que o representa. Avaliações de risco devem ser abordadas de maneira a respaldar os limites estabelecidos para padrões microbiológicos.
As tecnologias de tratamento de esgotos, combinadas entre si, devem propiciar o melhor desempenho de uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), dentro de suas condições operacionais. Para o dimensionamento hidráulico e sanitário de cada tecnologia, são utilizados diferentes parâmetros e um maior entendimento desses, contribui para implantação de ETEs mais eficientes. Neste sentido o presente trabalho realizou uma análise comparativa entre os parâmetros hidráulico sanitário por meio de rearranjos das equações de dimensionamento do decantador primário, decantador secundário, reator UASB e seu compartimento de decantação, além das lagoas anaeróbia, facultativa e de polimento. Para tanto foram abordados os seguintes parâmetros: Taxa de Aplicação Superficial (TAS), Tempo de Detenção Hidráulica (TDH), Taxa de Aplicação Orgânica (TAO), Carga Orgânica Volumétrica (COV) e Profundidade (H). Por fim foram simuladas diversas condições operacionais, por meio da variação das faixas limite de valores propostos nas diversas bibliografias adotadas. Os resultados do estudo mostraram que algumas condições estabelecidas a partir de valores recomendados na NBR 12.209:2011 e na literatura não são aplicáveis e/ou viáveis de serem implementadas. Em termos de tratamento anaeróbio, o reator UASB se mostrou o mais eficiente, como previsto. Assim como, os resultados encontrados para as lagoas facultativas e de polimento, que confirmam o princípio de tratamento adotado em cada unidade. Quanto aos resultados encontrados a respeito dos decantadores primários e reatores UASB, através dos cálculos teóricos, foi possível observar que existem condições que permitem a adoção de áreas mais reduzidas, quando elevadas as profundidades, mantendo a eficiência do sistema de tratamento.
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