Ancorando-se nos aportes da praxeologia bourdieusiana e do institucionalismo sociológico, este trabalho investiga como a FGV-EAESP forma profissionais adeptos do modelo sustentável de gestão. A análise se concentra na principal disciplina sobre o modelo sustentável voltada a alunos dos cursos de graduação: a Formação Integrada para a Sustentabilidade (o “FIS”). Para tanto, um conjunto de métodos e técnicas foi empregado: a) observação participante; b) pesquisa documental; c) entrevistas em profundidade com ex-alunos do FIS e com docentes da escola vinculados ao tema da sustentabilidade; d) análise de vídeos sobre o FIS e de fotografias das atividades do curso. A análise sociogenética do FIS mostra que o curso emerge de um processo de divergências e convergências entre os diversos tipos de agentes que participam da escola de negócios, bem como de três fatores influenciadores diretamente relevantes: 1) as relações da FGV com seus parceiros empresariais e suas demandas; 2) as prescrições normativas da ONU; 3) uma comunidade acadêmica internacional que reivindica a favor do desenvolvimento sustentável. O FIS se constitui como um ambiente que favorece a modelagem, por meio de táticas heterodoxas de ensino gerencial, de um tipo de gestor considerado como “novo” e “diferente”, que no espaço empresarial brasileiro tem sido chamado de “líder sustentável” ou de “gestor que adere à sustentabilidade”. A análise deste caso contribui para entender a construção social do tipo de agente que simboliza a cada vez mais avançada instituição da Sustentabilidade Empresarial no Brasil. Palavras-chave: Sustentabilidade Empresarial. Escolas de Negócios. Institucionalização. Sociologia Econômica.
P ouco mais de três décadas depois, o que os sociólogos ainda aprendem com A distinção: crítica social do julgamento? Para responder a essa pergunta, Philippe Coulangeon e Julien Duval organizam o livro Trente ans après La distinction de Pierre Bourdieu que apresenta a contribuição de outros 35 autores para pensar sobre a posteridade da obra bourdieusiana, distribuída em seis seções: (1) gênese e recepção internacional; (2) debates na sociologia da cultura; (3) aplicações fora da França; (4) teoria das classes sociais; (5) sociologia política; (6) novos territórios de pesquisa. O livro, publicado em 2013, é resultante do colóquio de mesmo nome, organizado em Paris no início de novembro de 2010, o qual contou com um amplo apoio institucional (Ministério da Cultura da França e Centre National de la Recherche Scientifique -CNRS).Os organizadores afirmam que o caráter internacional do colóquio de 2010 é evidente: dos 130 trabalhos apresentados, a metade foi de pesquisadores não franceses. Contudo, o mesmo não pode ser dito -ao menos não na mesma medida -sobre o processo de seleção dos trabalhos integrantes da obra Trente ans après La distinction: dos 37 pesquisadores que assinam os capítulos, 26 possuem vínculo principal com centros de pesquisa e universidades da França (principalmente com o CNRS); dentre os demais, seis trabalham em outros países da Europa e apenas cinco atuam fora do continente europeu (Western Sidney University, Harvard University, Universidade do Porto, Universidade Federal de São Paulo e Universidad de Santiago). A descrição dessa configuração é importante, já que uma das principais críticas à obra A distinção de Bourdieu é o seu alcance supostamente restrito ao contexto francês. Na introdução de Trente ans après La distinction, Coulangeon e Duval afirmam que A distinção costuma ser referenciada como obra clássica da sociologia, embora seja tratada como controversa pelos mesmos pesquisadores que a citam. Ao buscar reduzir as margens para interpretações malfeitas, Coulangeon e Duval destacam elementos importantes para entender a obra: (1) gostos são indissociáveis dos desgostos pelas preferências dos outros, o que faz com que o julgamento de gosto seja uma perspectiva de classe implícita; (2) os gostos dos indivíduos, em domínios tão
reSumoMotivado por recomendações de Pierre Bourdieu e Bernard Lahire sobre as vantagens da confluência da Sociologia com a Psicologia, este artigo apresenta questionamentos sobre as fronteiras entre as duas disciplinas. Nesse sentido, primeiramente são discutidas as mais importantes antinomias que permeiam esse debate. Depois, analisa-se o papel central da noção de disposição social para uma reflexão capaz de tensionar a fronteira entre a sociologia e a psicologia. Em um terceiro momento, a reflexão mostra que privilegiar as disposições sociais faz com que seja difícil de escapar de uma análise genealógica das estruturas mentais, o que nos leva ao papel do Estado na formação das categorias de pensamento mais elementares. A linha de argumentação aqui desenvolvida leva ao destaque dos possíveis ganhos teóricos que uma combinação entre a sociologia psicológica de Lahire e um retorno a Bourdieu pode oferecer aos que se debruçam sobre a cognição dos agentes sociais. palavras-chave: sociologia psicológica; disposição social; Pierre Bourdieu; Bernard Lahire. reSumenMotivado por las recomendaciones de Pierre Bourdieu y Bernard Lahire sobre las ventajas de la confluencia de la Sociología con la Psicología, este trabajo presenta cuestionamientos sobre los límites entre las dos disciplinas. En este sentido, se analizan, en primer lugar, las antinomias más importantes que impregnan este debate. Después, se discute el papel central de la noción de disposición social para una reflexión direccionada al límite entre la sociología y la psicología. En una tercera etapa, se muestra que favorecer las disposiciones sociales hace que sea difícil escapar de un análisis genealógico de las estructuras mentales, lo que conduce a la función del Estado en la formación de las categorías de pensamiento más elementales. La argumentación aquí producida destaca las posibles ganancias teóricas que una combinación de la sociología psicológica de Lahire y un retorno a Bourdieu pueden ofrecer a los interesados en la cognición de los agentes sociales. palabras-clave: sociología psicológica; disposición social; Pierre Bourdieu; Bernard Lahire. abstractMotivated by recommendations from Pierre Bourdieu and Bernard Lahire about the advantages of the confluence of Sociology with Psychology, this paper presents reflections about the boundaries between the two disciplines. First, it discusses the most important antinomies that permeate this debate. Then, it analyzes the central role of the notion of social disposition for a reflection that intends to criticize the boundary between sociology and psychology. Subsequently, the argument developed here shows that privileging the social disposition makes it difficult to escape from a genealogical analysis of mental structures, which leads us to the state's role in the formation of the most elementary thought categories. The line of argument developed here highlights the possible theoretical gains of the combination of Lahire's psychological sociology and Bourdieu's theory about the state for those who study the ...
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