O PMMA é um produto de caráter permanente, sendo constituído por microesferas de superfície irregular e não fagocitáveis, capaz de gerar reações adversas locais que podem resultar em cicatrizes definitivas e inestéticas na face, causando prejuízos físicos e psicológicos aos pacientes. A reconstrução labial representa um desafio ao cirurgião plástico devido à sua complexidade funcional e estética no segmento inferior da face. O presente estudo traz o relato de caso de uma paciente que foi submetida ao tratamento estético da face com uso de PMMA, evoluindo com reação de corpo estranho anos após a aplicação, sendo necessário tratamento cirúrgico com ressecção e reconstrução labial com retalho de Abbé.
O uso de preenchedores tem se popularizado como alternativa aos procedimentos cirúrgicos, por serem menos invasivos. O polimetilmetacrilato (PMMA) tem sido usado como preenchedor devido ao seu baixo custo, durabilidade e fácil acesso. Entretanto, já existem na literatura vários relatos de complicações do uso desta substância para preenchimentos na face. Demonstrou-se que o PMMA provoca uma reação granulomatosa inflamatória local e suas complicações podem ser desde uma rigidez dos tecidos locais variando até edema, eritema e formação de nódulos. O presente estudo baseia-se numa série de cinco casos de pacientes que foram submetidos aos preenchimentos na face em regiões de sulco nasogeniano, pálpebra inferior, arco zigomático, região malar e glabelar, com complicações tardias, variando de 5 a 16 anos depois da aplicação. Todos os casos necessitaram de abordagem cirúrgica para remoção do PMMA, uma vez que a resposta à corticoterapia local foi insatisfatória.
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