Este artigo debate o revés da fragilidade metodológica e suas implicações para a construção e acúmulo de conhecimento científico no contexto dos Programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional do RS, partindo da premissa de que é possível gerar acúmulo de conhecimento científico por meio de pesquisas com consistência metodológica. Sistematizaram-se 237 dissertações e teses de 2012 a 2016, de três universidades comunitárias com PPGs vinculados a área de avaliação Capes “Planejamento Urbano e Regional/Demografia–PUR/Demo”, subárea “Planejamento Urbano e Regional”, denominados PPGs Stricto Sensu em Desenvolvimento Regional. Os resultados apontaram uma vulnerabilidade metodológica, com ênfase nas técnicas e um espaço de aprofundamento nos métodos. Particularmente às dissertações, sua principal e, muitas vezes única contribuição, tem sido de instrumentalizar a formação dos egressos e de modo irrisório possibilita gerar novos conhecimentos que contribuam para o avanço da ciência e com os propósitos de formar mestres e doutores em Desenvolvimento Regional.
O presente trabalho analisa a dinâmica da colaboração e da open innovation de um Arranjo Produtivo Local (APL), da Região Noroeste do Rio Grande do Sul, pela perspectiva da governança colaborativa e da formação de um ecossistema de inovação aberta. O presente estudo enquadra-se no paradigma Humanista Social, com abordagem qualitativa, e teve 22 atores entrevistados que ocupam posição estratégica na governança. A presente pesquisa analisou a Governança Colaborativa do APL, sobre a ótica de três dimensões: 1ª dimensão: análise do processo de constituição e amadurecimento do próprio APL; 2ª dimensão: compreensão dos elementos constituidores da inovação aberta; 3ª dimensão: compreensão sobre as interações estabelecidas entre os diversos atores internos e externos ao APL, representados por seus laços fortes e fracos. Conclui-se que, apesar de existir um modelo de governança colaborativa baseado na comunicação “face to face”, compromisso com o processo e visão compartilhada, este não é capaz de fazer com que as empresas compartilhem informação referente à inovação, dificultando a classificação do APL como um ecossistema de inovação. Para estudos futuros, recomenda-se a ampliação da amostra, para que seja possível analisar e comparar a governança colaborativa, entre os diversos arranjos produtivos existentes.
A governança colaborativa (GC) é um modelo de interação orientado pelo consenso e para a produção conjunta de resultados e soluções, sendo uma perspectiva contemporânea de gestão de interesses e um meio de solucionar problemas complexos. A compreensão dos aspectos da GC demonstra ser essencial para os fins estratégicos e competitivos das organizações, regiões e seus sistemas. O objetivo do estudo é demonstrar o panorama das publicações sobre governança colaborativa da última década (2009-2018) na base de dados Web of Science (WOS). Além das Leis da bibliometria (Lei de Lotka, Brandford e Zipf), realizou-se uma análise dos principais artigos e contribuições para a evolução e aplicação do conceito de GC. Observou-se crescimento nas publicações demonstrando a importância que o tema tem recebido nas pesquisas acadêmicas, sobretudo um crescimento relacionado tópicos de inovação, inovação aberta, confiança e networks. Identificou-se também que os conceitos inicias de GC relacionavam o tema com gestão pública, e com o passar do tempo as pesquisas se voltaram mais para a esfera privada, relacionando o tema com a visão de longo prazo das organizações. A análise dos artigos possibilitou uma discussão conceitual a partir das principais publicações, resultando em um compilado de diferentes definições e caminhos que perpassam a temática e das variáveis e contingências que implicam no processo colaborativo. Sendo unanime que, a rede de GC não está submetida às mesmas estruturas características das organizações tradicionais. Os resultados do artigo servem de guia para novas perspectivas de investigação para o avanço das discussões sobre a temática.
Palavras-chave: Estudo bibliométrico. Governança colaborativa. Colaboração. Web of Science.
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