O objetivo desse trabalho é apresentar a maneira pela qual os Taurepáng, povo Carib que no Brasil vive no norte do estado de Roraima, interpretam as ações do Kanaimé. De acordo com a literatura, trata-se de uma categoria de feitiçaria que envolve técnicas específicas de mutilação e assassinato amplamente difundidas nas terras adjacentes ao Monte Roraima e, além de um fenômeno espectral, oriundo da malevolência de outsiders, também diz respeito a um agressor que pode ser cercado, agredido e morto. Diante do aumento das tensões e acusações de Kanaimé nas comunidades taurepáng que ficam na savana venezuelana, suas lideranças optaram por uma iniciativa inédita: a criação de uma prisão para Kanaimé. Porém, em vez de atenuar os conflitos entre os parentes da vítima assassinada e os parentes do Kanaimé acusado, essa medida surtiu o efeito inverso e acabou por reforçar a compreensão taurepáng de que vivem em um “lugar de morte”.
O objetivo deste trabalho é apresentar a maneira pela qual os Taurepáng, povo indígena que vive no norte do estado de Roraima, cultivam a mandioca. De modo complementar, busca-se analisar como a prática ritual da religião adventista por parte dos moradores do Bananal, a maior comunidade taurepáng no Brasil, se relaciona com essa atividade. Ao longo do cultivo da mandioca, os Taurepáng precisam estar atentos a uma série de cuidados para com a planta, pois, capaz de retribuir afetos e desafetos, ela se vinga das pessoas que a desrespeitam. Porém, em vez de recorrerem ao possível espírito dono da mandioca para obter sucesso na plantação, os Taurepáng do Bananal optam por uma alternativa inerente à sua escolha religiosa: reivindicar Jesus Cristo enquanto entidade superior aos donos das espécies animais e vegetais que povoam o cosmos.
O objetivo deste trabalho é esboçar os contornos gerais do que seria uma faceta do profetismo taurepáng, povo indígena que vive no norte do estado de Roraima. Testemunhas oculares da imigração em massa de venezuelanos para o Brasil, os impactos da crise venezuelana na fronteira brasileira forneceram novos referenciais para a vida ritual dos Taurepáng, praticantes há décadas da religião do Sétimo Dia. Entretanto, se eles condenam as sessões de cura dos xamãs, a própria atuação de seus pregadores sugere a existência de um xamanismo subjacente à sua experiência religiosa. Nos cultos, o poder da palavra ritual proferida pelos pregadores assume o primeiro e parece indicar elementos fundamentais para pensarmos esse caso particular de cristianismo indígena, no qual eventos do cotidiano são sistematicamente interpretados à luz da doutrina adventista.
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