O tramadol é um analgésico opióide usado em medicina veterinária, embora existam poucos estudos sobre este fármaco. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito analgésico promovido pela administração do tramadol, mensurando o cortisol sérico e a glicemia de cadelas. Para isso, foram utilizadas 15 fêmeas, submetidas a ovário-histerectomia sob anestesia geral com isofluorano. Os animais foram divididos em três grupos. Grupo 1 (Tep) receberam tramadol pela via epidural (1,0mg kg-1 diluído em água bidestilada ao volume final de 3,0mL) e, após 15 minutos, 3,0mL de água bidestilada pela via intravenosa. No grupo 2 (Tiv), foi administrado 3,0mL de água bidestilada pela via epidural e, após 15 minutos, tramadol pela via intravenosa (1,0mg kg-1 diluído em água bidestilada ao volume final de 3,0mL). No grupo 3 (CT), os animais receberam 3,0mL de água bidestilada pela via epidural e, após 15 minutos, 3,0mL de água bidestilada pela via intravenosa. A eficácia de cada regime analgésico foi avaliada durante 12 horas após a administração da injeção epidural. Não houve diferença significativa entre os grupos experimentais para as variáveis estudadas (P>0,05). Foram observadas diferenças significativas dentro de cada tratamento. No grupo Tep houve aumento do cortisol sérico aos 25 minutos do trans-operatório (M3), em relação ao valor obtido imediatamente após a indução anestésica (M2) (P>0,05). Nos tratamentos Tiv e CT, verificou-se elevação das variáveis, duas (M4) e quatro (M5) horas da injeção epidural (P<0,05), quando comparadas ao pré-tratamento (M1). Nesses períodos, as variáveis estudadas no tratamento Tep foram estatisticamente semelhantes ao pré-tratamento (M1). Com base nos resultados, conclui-se que: 1) a metodologia empregada foi sensível para determinar os momentos de maior estresse cirúrgico, dentre os estudados e 2) o tramadol por via epidural produz analgesia mais duradoura quando comparado à administração intravenosa.

Pneumoperitônio é a técnica de insuflação com gás da cavidade peritoneal necessária para que haja uma boa visualização das estruturas anatômicas na cirurgia videolaparoscópica. Todavia, diversas alterações fisiológicas são relatadas em decorrência do pneumoperitônio, quais sejam por deslocamento e compressão de estruturas como o diafragma, alterando a fisiologia respiratória, e a veia cava caudal, comprometendo o pré-carga e o débito cardíaco, ou por efeitos sistêmicos decorrentes da absorção de CO2, por exemplo. O presente estudo teve como objetivo avaliar as alterações hemodinâmicas do pneumoperitônio com CO2 em gatas anestesiadas. Foram utilizadas 10 gatas sadias, adultas, premedicadas com cloridrato de cetamina e midazolam e anestesiadas com isoflurano e submetidas a OSH por cirurgia laparoscópica com insuflação abdominal por CO2. As pressões diastólica, sistólica e média foram avaliadas de maneira invasiva por cateterização da artéria femoral e mensurada por um monitor multiparamétrico antes e depois do estabelecimento do pneumoperitônio. Os resultados foram formatados e submetidos à análise de variância e posteriormente analisados pelo teste t de Student e teste Tukey. As alterações em PAS, PAD e PAM observadas no decorrer dos procedimentos, entretanto, não configuraram diferenças estatísticas conforme as análises realizadas. Conclui-se, então, que a realização do pneumoperitônio com CO2 não provoque alterações relevantes na pressão arterial em gatas anestesiadas ou que estas alterações sejam fisiologicamente corrigidas por mecanismos compensatórios.