Quando discutimos a conformação dos valores morais em sociedade, reconhecemos que tanto o jornalismo quanto a vigilância se estruturam em padrões de virtudes, deveres ou “bens” sociais específicos. A partir da análise dos valores profissionais jornalísticos presentes em 98 publicações da cobertura da #VazaJato por oito mídias, entre junho de 2019 e março de 2020, buscamos verificar se tais características estarão refletidas na formação de um sistema de vigilância amplo. As ações de monitoramento, acompanhamento e crítica sobre as esferas de poder são vistas, ao longo da cobertura, como principais definidoras de um dever jornalístico fundamental. Observamos, assim, como a dinâmica de discussão de padrões morais na profissão nesta cobertura tem reforçado a presença da vigilância como aspecto central nas formas de justificação da estruturação do jornalismo.
A circulação de produções de páginas que questionam e buscam reescrever os conteúdos jornalísticos tem sido uma forma comum de contestação dos sentidos informativos em redes sociais. A partir da atuação das páginas Caneta Desmanipuladora e Desesquerdizadora como fenômeno atual das redes sociais, buscamos compreender as estratégias envolvidas nas disputas que tais páginas engendram com os demais veículos de imprensa. Compreendemos tais ocorrências por meio das noções de Paratexto e da percepção de mídia hostil e, por meio de uma análise das publicações das páginas ao longo dos primeiros oito meses de 2017 buscamos compreender como estes espaços tentam se consolidar como arenas de crítica jornalística. Os diferentes exercícios dessas críticas jornalísticas nas duas páginas ensejam questões sobre orientações políticas e suas relações com aspectos de normatividade profissional.
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