RESUMOAtualmente, com a reforma do Ensino Médio, verificamos mais uma vez o interesse do Estado na descentralização das responsabilidades do ensino e da educação escolar aumentando a autonomia da esfera local. Portanto, este trabalho pretende verificar as relações que envolvem a economia local no município de São Roque no Estado de São Paulo e a constituição dos cursos de nível médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia campus São Roque no sentido de compreender como a educação para o trabalho se articula com os agentes econômicos locais. Para realizar a investigação o estudo assumiu um caráter exploratório com o uso da análise documental. Os resultados apontaram para a ocorrência de um arranjo produtivo local com ênfase na produção de vitivinicultura e uma articulação entre as opções de formação em cursos de nível médio Integrado e as premissas de fortalecimento da aglomeração produtiva regional. Palavras -chave: Reforma do Ensino Médio; Educação Profissional; Educação e trabalho; Arranjos produtivos locais; Economia local.
: O alvorecer do século XXI trouxe expectativas de renovação para a economia brasileira, com o país figurando entre os países emergentes no cenário internacional apresentando crescimento do produto interno bruto, valorização da renda e criação de postos de emprego. Esse cenário refletiu no mercado de trabalho com a diminuição da taxa de desemprego, valorização do salário mínimo e renda, chegando a se cogitar a hipótese de um cenário de pleno emprego. Acompanhado do crescimento econômico, verifica-se a presença cada vez maior do trabalho feminino com registro em carteira. Utilizando-se de pesquisa documental e bibliográfica investigamos os bancos de dados e pesquisas da área econômica, amparados pelo conceito de interseccionalidade de gênero e cor/raça, para verificar se houve mudanças estruturais em relação as variáveis gênero e cor/raça no período de 2004-2014. Embora no período estudado o desemprego tenha variado de 12% em 2004 para 5% em 2014, desde o início até o fim do período as mulheres mantêm taxas de desemprego maiores que os homens, mesmo se consideradas cor/raça nas análises. Há também a ocorrência de uma hierarquia no rendimento médio mensal não alterada durante o período em que os homens brancos figuravam o topo seguidos das mulheres brancas que ganham mais que homens negros, enquanto as mulheres negras são quem mais sofrem essa disparidade ganhando os menores rendimentos. Apesar do desenvolvimento econômico brasileiro durante o período de 2004-2014, verificamos a ocorrência de assimetrias de gênero e cor/raça não se alteradas durante o período.
O presente artigo tem por objetivo identificar as percepções de jovens estudantes do ensino médio integrado sobre o itinerário formativo profissionalizante e da base comum, bem como suas expectativas para depois desta etapa da educação básica, considerando as diferenças e desigualdades de gênero produzidas na escola. O estudo de caráter quantitativo contou com a aplicação de um survey com questões abertas e fechadas junto à 191 estudantes dos cursos de automação industrial e informática do 1º, 2º e 3º anos de uma escola da rede pública federal. Os resultados evidenciam diferenças de gênero em relação às preferências entre o itinerário formativo profissional e da base comum, nas atividades em laboratórios e nas expectativas de futuro desses/dessas jovens. Para os meninos, há maior preferência pelas disciplinas profissionalizantes combinada com o interesse por carreiras correlatas como engenharias e informática. As meninas, por outro lado, valorizam mais as disciplinas da base comum, indicam uma variedade maior de profissões.
Em um contexto de crise econômica e ascensão da uberização no capitalismo brasileiro, os jovens têm encontrado nas plataformas digitais uma forma de inserção profissional. Partindo da importância que a dimensão do trabalho assume na experiência juvenil brasileira e do modo como essa experiência é atravessada pela intersecção das desigualdades de classe social, gênero, cor/"raça" e idade, trata-se aqui de apresentar parte dos resultados de uma pesquisa realizada com entregadores ciclistas que trabalhavam em aplicativos na cidade de São Paulo no contexto da pandemia da covid-19. Por meio de uma pesquisa de caráter qualitativo, foram realizadas 11 entrevistas com bikeboys, entre os anos de2021 e 2022. Além da precariedade da ocupação, as experiências desses jovens trabalhadores no serviço de "bike-entregas" são marcadas pela busca das plataformas em decorrência da dificuldade de encontrar trabalho em um cenário economicamente desfavorável, com exposição a múltiplos riscos no cotidiano e conflitos na combinação entre estudos e trabalho. Na contramão da culpabilização de jovens, sobretudo das periferias urbanas, pela disseminação do vírus, o artigo evidencia que a pandemia acirrou as desigualdades e os desafios vividos pela juventude trabalhadora.
As mudanças na sociedade brasileira, pós-década de 1990, resultaram em mudanças na condição masculina. Assim, busca-se investigar como o declínio da hegemonia do homem como chefe de família se articula a construção social da masculinidade em seu período. Parte-se de uma pesquisa de caráter exploratória que recorre a fontes documentais e bibliográficas. Os dados apontam que em 1995 cerca de 23% dos domicílios eram chefiados por mulheres, em 2019 esse percentual é de 48%. Esse movimento no chefiamento do lar coincide com um contexto no qual os homens tem cada vez se ressentido com as conquistas femininas/feministas. Sem perceber os frutos do privilégio da condição de gênero, bem como das mudanças no âmbito do capitalismo em sua dimensão neoliberal, os homens têm assumido uma posição ressentida buscam no passado um lugar onde encontram segurança.
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