Atualmente, o uso indiscriminado de antimicrobianos tem contribuído para o aparecimento de microrganismos resistentes, pois, os mesmos ao entrarem em contato com o princípio ativo dessas drogas de forma indevida, desenvolvem características fisiológicas e genéticas tais como a mutação de seu DNA, podendo passar esses genes de resistência à sua descendência por meio de replicação ou por conjugação de plasmídeos, fazendo com que se reduzam as opções de tratamentos efetivos para as infecções bacterianas, aumentando assim as complicações clínicas de pacientes, sejam eles o homem ou os animais de companhia e/ou produção. Recentemente o nosso grupo de pesquisa realizou um estudo com proprietários de cães do curso de Medicina Veterinária e resultados prévios demonstraram alto perfil de resistência aos antimicrobianos da classe das penicilinas, sendo a amoxicilina o antimicrobiano que apresentou menor eficácia, dentre os antimicrobianos testados para aquela classe. Um dos principais fatores relacionados ao aparecimento de resistência está relacionado ao seu uso excessivo e segundo avaliação prévia dos questionários dos tutores verificou-se um predomínio do uso desse antimicrobiano, tanto pelos tutores quanto para tratamento dos animais. Além disso, a falta de informação dos pacientes e o comportamento dos mesmos em relação aos seus animais de companhia levam-os a utilizarem doses insuficientes dos antimicrobianos quando os mesmos suspendem seu uso quando o animal apresenta melhora clínica. Cabe salientar ainda, a existência de resistência intrínseca do micro-organismo à antimicrobianos específicos, demonstrando a necessidade do isolamento e identificação do micro-organismo e realização da antibiograma para escolha mais adequada do antimicrobiano a ser prescrito. Conclui-se que os proprietários de cães podem compartilhar do mesmo perfil de resistência aos antimicrobianos que seus cães, demonstrando a necessidade da orientação dos mesmos para se reduzir o índice de resistência aos antimicrobianos.

The indiscriminate use of antibiotics in veterinary medicine and their negligent use among dog owners have contributed to the rise of antibiotic resistance in microorganisms found in pets. In addition, the search for medicinal plants with antibacterial properties has made the evaluation of aqueous extracts of Alpinia purpurata (Vieill.) K. Schum an important issue. Thus, the aim of this work was to determine the antibiotic resistance profile of gram-negative bacteria isolated from nasal swab samples of dogs and assess the antibacterial activity of the aqueous extracts of leaves and rhizomes of A. purpurata. The bacteria identified were tested using the agar disc diffusion assay for the evaluation of antibiotic resistance. A total of 16 isolates were obtained from the 19 samples collected, with a high prevalence of Escherichia coli (n=5). There was a high rate of resistance to ?-lactams, where the highest percentage was seen for amoxicillin (72.5%). Aqueous leaf extracts had high levels of total phenolic compounds (637.47 µg GAE mg-1), differing significantly (p < 0.05) from aqueous rhizome extracts (228.64 µg GAE mg-1). There was no significant difference in EC50 of DPPH values between the aqueous extracts; however, the antioxidant capacity of rhizome extracts had higher values than leaf extracts. The minimum inhibitory concentration (MIC) of leaves and rhizomes for the evaluated bacteria ranged from 9000 to 32,000 µg mL-1. For the minimum bactericidal concentration (MBC), most bacteria showed an MBC over 38,400 µg mL-1 for the rhizome. In conclusion, the bacteria isolated from dog nasal swabs showed a high resistance profile for the antibiotics of the penicillin class. Additionally, the results from the analysis of the aqueous extracts of rhizomes and leaves of A. purpurata showed an antimicrobial effect possibly associated with a high content of total phenolic compounds; these results can create a scope for using these extracts together with conventional antibiotics to control the emergence of antibiotic resistance among microbial species.

A Salmonelose é uma doença de grande impacto na saúde única, ou seja, saúde humana, animal e ambiental. Por ser uma zoonose, é necessário controlar a sua disseminação devido a sua associação aos casos de Doenças transmitidas por Alimentos (DTA’s). O Brasil é o maior exportador da carne de frango no mundo, sendo assim, a identificação da presença de carne contaminada com Salmonella spp. pode trazer grande prejuízos à agroindústria. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento de artigos publicados na base de dados da Scielo relacionados ao controle de Salmonella spp. em frangos de corte. Como estratégia de pesquisa dos dados, utilizou-se a seguinte frase no item palavras-chave: Controle de Salmonella em frangos de corte. No total, 14 artigos oriundos do Brasil foram encontrados. No entanto, apenas 12 artigos foram analisados, visto que dois artigos não abordavam tratamentos contra a Salmonela spp. Verificaram-se resultados positivos para o controle de Salmonella spp. com probióticos, ácidos orgânicos, flagelina recombinante, óleos essenciais e prebióticos, no entanto, variações nos resultados podem estar relacionados com o produto utilizado, tempo de tratamento e cepa bacteriana utilizada no desafio.

Na busca de técnicas que possam auxiliar na redução de micro-organismos que podem estar presentes durante o abate, pesquisas estão sendo feitas com o uso dos ácidos orgânicos e óleos essenciais como sanitizante das carcaças. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a influência do jejum pré-abate de frangos de corte na perda de peso e contaminação por Salmonella spp. do papo e eficácia do banho das carcaças com um blend de ácidos orgânicos e óleo essencial na redução de micro-organismos indicadores de contaminação. Foram avaliados três lotes de frangos de corte de uma integração, sendo que somente em dois lotes foi avaliado a perda de peso após o período de jejum. De cada lote foram colhidas amostras de 40 aves. O produto utilizado foi diluído nas concentrações de 4, 8 e 12%. A análise da presença de micro-organismos indicadores de contaminação foi feita: (1) antes da toalete final; (2) após a toalete final e (3) após o chiller. Verificou-se que a perda de peso variou entre os dois lotes avaliados. A contagem de mesófilos aeróbios foi reduzida na concentração de 12% do blend comercial. O resfriamento (chiller) das carcaças foi eficiente em reduzir a contagem de mesófilos aeróbios em 66,6% (2/3) dos lotes. Os coliformes à 45ºC estavam presentes em 66,6% (2/3) e a contagem dos micro-organismos psicrotróficos variou entre os lotes avaliados. Novos estudos são necessários visando avaliar o efeito do blend diretamente no chuveiro da toalete final, visando avaliar sua eficácia em larga escala de produção.

Na avicultura diversos microrganismos geram preocupações, entre elas, enterobactérias que possuem a capacidade de causar doenças no homem e nos animais, tais como a Escherichia coli e Salmonella spp. A prevenção e o controle são as melhores soluções para garantir a sanidade das aves, no entanto, com os avanços da produtividade da cadeia avícola, o uso de diversas classes de antimicrobianos para o tratamento de infecções ou como melhoradores de desempenho muitas vezes é necessário, o que tem contribuído para o aparecimento de cepas bacterianas resistentes ou multirresistentes, tornando-se uma preocupação em termos de saúde única, visto que bactérias com perfil de resistência têm sido detectadas em carcaça de frango de corte. Dessa forma, há uma busca por produtos alternativos, como a Pereskia aculeata Mill, popularmente conhecida como Ora-pro-nóbis. As plantas destacam-se por apresentarem diferentes compostos bioativos. No entanto, as diferentes formas de extração, podem justificar as diferenças em seus efeitos antimicrobianos, anti-inflamatórios ou antioxidantes. Na literatura, a maioria dos trabalhos avalia o efeito da Pereskia aculeata Mill. em função de seu alto valor nutritivo. Por outro lado, têm crescido os estudos relacionados à sua capacidade antioxidante e antimicrobiana. O objetivo desta revisão foi abordar os problemas relacionados com a resistência de bactérias da cadeia produtiva avícola e a busca por novos agentes com capacidade antimicrobiana, tais como a Ora-pro-nóbis.