Introdução/objetivo A COVID-19 é uma doença associada a quadros respiratórios agudos, que já causou a morte de mais de 4.800.000 pessoas em todo o mundo. A pressão sobre os sistemas de saúde, o aumento de internações em UTI e, consequentemente, do uso de antimicrobianos levaram a um aumento considerável nas taxas de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) e na ocorrência de microrganismos multirresistentes (MR). Este trabalho objetiva descrever o perfil de pacientes com COVID-19, internados na UTI de um hospital de referência, localizado em Belo Horizonte/MG, identificando fatores associados à ocorrência de IRAS e infecção por microrganismos MR, e o desfecho clínico desses pacientes. Métodos Análise retrospectiva do banco de dados do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, contendo informações clínicas de pacientes adultos, com RT-PCR ou teste de antígeno positivos para COVID-19, internados na UTI, no período de março de 2020 a agosto de 2021. Resultados Foram analisados 436 pacientes, sendo que a mediana de idade foi 68 anos. 352 (80,7%) pacientes necessitaram de ventilação mecânica (VM). A taxa global de letalidade por COVID-19 foi 57,8%, sendo que a letalidade até 7 dias foi 4,6%, e até 30 dias, 37,8%. 198 (45,4%) pacientes apresentaram IRAS, com letalidade de 70,7%. Infecção Primária da Corrente Sanguínea Laboratorial (IPCSL) foi a infecção mais frequente (97, 49,0%), seguida por Pneumonia Associada a Ventilação (PAV), com 59 casos, 29,8%. A mortalidade por IRAS foi 32,1%. A densidade de incidência (por 1.000 procedimentos-dia) de IPCSL associada a cateter venoso central (CVC), PAV e Infecção do Trato Urinário associada a sonda vesical de demora foram, respectivamente, 17,1, 10,1, 2,6. Entre os microrganismos multirresistentes, o mais frequente foi Klebsiella pneumoniae, seguido por Acinetobacter baumannii e Pseudomonas aeruginosa, resistentes a carbapenêmico. Houve uma associação entre infecção e o tempo de uso de CVC (20,42 × 10,16 dias, p < 0,001). Uso prévio de meropenem também se associou à infecção (p < 0,01). Conclusão: COVID-19 é uma doença de elevada letalidade. A ocorrência de IRAS contribui para os óbitos. A IPCSL é a infecção mais frequente, tornando fundamental o treinamento das equipes quanto aos cuidados na manipulação de CVC. Uso prévio de carbapenêmico associa-se à ocorrência de IRAS por microrganismos MR, sendo importante o funcionamento de programas de stewardship de antimicrobianos.
Este trabalho buscou analisar as principais características da força de trabalho em saúde no Brasil a partir do recorte do complexo econômico industrial da saúde (CEIS). Esta perspectiva de análise do setor saúde engloba tanto as instituições responsáveis pela oferta de serviços de saúde, quanto as indústrias produtoras de tecnologias médicas, corroborando a visão de que o setor saúde pode contribuir tanto para o bem-estar da população quanto para o desenvolvimento econômico, a partir da geração de renda, emprego e inovações tecnológicas. Estudos sobre essa temática mostram-se relevantes já que o Brasil possui, de forma estratégica, grande potencial de produção científica na área de saúde que, atualmente, é subaproveitado pelas indústrias médicas. Além disso, o país conta com um sistema público e universal de saúde com grande capacidade de absorção de mão-de-obra. Desta forma, o complexo da saúde configura-se como uma janela de oportunidade para o desenvolvimento do país, sendo necessária a compreensão das dificuldades estruturais e políticas enfrentadas para sua construção.Tendo como foco, portanto, a força de trabalho do complexo da saúde, este estudo buscou estimar a dimensão desta força de trabalho e algumas particularidades de suas relações de trabalho. As informações foram retiradas da base de dados da PNAD-IBGE, para os anos de 2004, 2011, 2014 e 2015, respectivamente. A escolha desses anos em específico foi motivada pela tentativa de mensurar a dinâmica da força de trabalho em saúde no cenário de crescimento econômico, realização de investimentos e estabilidade que caracterizou a economia do país até 2015.O estudo revelou a importância crescente do complexo da saúde para a geração de emprego no país nos últimos anos, mas com algumas particularidades. Destacam-se o peso do setor público na contratação destes trabalhadores, a concentração desta força de trabalho na região Sudeste e a baixa participação das indústrias médicas na empregabilidade destes profissionais, em comparação com o setor de serviços. Concluiu-se pela necessidade de elaboração de políticas que contemplem esta força de trabalho e fortaleçam a construção do CEIS, visto que este segmento econômico constitui-se como importante estratégia para o desenvolvimento dos sistemas de bem-estar e inovação no Brasil. palavras-chave:complexo econômico industrial da saúde; força de trabalho em saúde; Brasil
Resumo: Introdução: Este artigo discute a formação de recursos humanos para o setor saúde em um município polo universitário e referência macrorregional em saúde, tendo em vista o papel que ele assume na oferta de serviços de saúde e na formação de profissionais no processo de implementação do Sistema Único de Saúde (SUS). Método: Trata-se de um estudo transversal, exploratório e descritivo, tendo como fontes o Inep, MEC, CNES e o Datasus. Foi analisada a oferta de 12 cursos de graduação de saúde. Resultado: O estudo mostra o crescimento na oferta de serviços e de cursos de saúde, com participação robusta de instituições de ensino superior privadas, destacando-se os cursos de Enfermagem e Medicina, o que pode estar associado à empregabilidade no setor saúde, em função de importantes políticas públicas implementadas no SUS. Conclusão: O aumento da formação de recursos humanos para o setor tem relação também com a integralidade da assistência no SUS que requer permanente formação de recursos humanos, visto que, apesar da grande inserção tecnológica, a saúde não dispensa uso intensivo desses recursos.
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