Este artigo discute a conceituação de pobreza, diferenciando-a de conceitos correlatos como exclusão social e desigualdade. Além disso, procura oferecer explicações críticas às prováveis causas da pobreza no capitalismo e à sua existência atual. Ao destacar o caso brasileiro, enfatiza a necessidade de se incluir a pobreza na agenda pública como um fenômeno que exige combate imediato e consistente, bem como políticas eficientes do ponto de vista social.
A integração orgânica do Brasil no modus operandi do capitalismo em sua fase atual, caracterizada pela promoção do capital portador de juros ao leme, é meta primeira do espúrio governo que tomou o poder político brasileiro de assalto num orquestrado golpe de Estado que culminou com a cassação do mandato da presidenta Dilma Roussef em 2016. A partir desta constatação, as Professoras Rosa Maria Marques e Camila Kimie Ugino, nos convidam a refletir sobre os estratagemas de Michel Temer e seus aliados para o alcance deste objetivo. Dando ênfase aos efeitos perversos da aprovação da Reforma Trabalhista em 2017 e da possível aprovação do projeto de Reforma da Previdência Social, as autoras aportam uma firme e fundamentada análise destes e de outros desmontes, situando-os no pano de fundo da dinâmica do grande capital mundializado.A submissão das nações globais às normas do capitalismo financeirizado é cobrança antiga, que remonta aos anos 1970 quando o credo neoliberal, em expansão, se amalgamou ao neoconservadorismo, em emersão, formando o que se convencionou chamar de Nova Direita. Assim, a apologia ao livre mercado; a defesa incondicional da privatização e da abertura de mercados nacionais ao capital estrangeiro; a contração da atuação estatal na esfera social e na regulação da economia; a redução de impostos; e tantos outros princípios neoliberais, unem-se à defesa de tendências ideoculturais, sociais e políticas conservadoras, como o patriotismo; a hierarquia; a ordem; a moral; os bons costumes. É com o neoconservadorismo que o papel de instituições privadas tradicionais, como a família -patriarcal -e a Igreja, ampliam sua autoridade e ingerência, voltando a influenciar, de maneira significativa, as esferas públicas coletivas. O recrudescimento da ideologia neoconservadora e seu cruzamento com o neoliberalismo laissez-fariano possibilita o afloramento despudorado de opressões extremas como a misoginia, o racismo, a LGBfobia, a transfobia e a xenofobia.Como efeito deste amálgama reacionário, ressurge também e com igual força a noção medieval do trabalho como virtude, capaz de corrigir caracteres deformados pela preguiça, a incompetência e a vagabundagem, enobrecedor e via única para o bem-estar e a felicidade. O discurso moralista da abnegação e do sacrifício naturais de um trabalho duro se fortalece na união com a falácia mainstream de que "um país que trabalha vence crises". No seio deste revés ideológico, acentuado pelo encolhimento da dominação do capital industrial e o
Este texto analisa as implicações nefastas da pandemia da COVID-19 para a política social como direito de cidadania. Demarca, para tanto, o atual sistema do capital global, com sua crise estrutural interminável, como o elemento fundante dessas implicações. Incorpora temas e enfoques emergentes ou pouco visitados, como mudança climática, para ampliar o escopo analítico convencional e adensá-lo com novos aportes factuais e teóricos. Nesse contexto de dupla crise letal contra a humanidade a política social pautada pelo compromisso com a satisfação das necessidades humanas sofre violenta reversão: reduz-se a satisfazer as necessidades de lucro do capital tornando-se avessa à sociabilidade democrática.
O professor Josep Burgaya é, atualmente, um dos mais profícuos analistas críticos de temas candentes de natureza econômica, social, política e ética que afetam direta e indiretamente a política social. Sua formação em história contemporânea aliada ao seu métier de articulista de imprensa tem aguçado o seu interesse por paradoxos e contradições que nem sempre são desvendados e debatidos em profundidade. Suas últimas produções, intituladas “La Economía del Absurdo”, de 2015, ganhadora do Prêmio Joan Fuster de Ensayos, e “Adiós a La Soberania Política”, de 2017, constituem material de debate obrigatório para a todos que desejam entender os perigos que atualmente pairam sobre a democracia, a cidadania social, o poder do Estado, os direitos trabalhistas e, consequentemente, à política social como política pública. Nesta entrevista ele analisa a conjuntura política e econômica atual e indica algumas consequências para a política social.
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