The happiness economics literature shows that, contrary to what happens in the long run, subjective well-being (SWB) and income evolve together in the short term. The aim of the present article is to examine whether this result holds in Europe, and in particular in Portugal, during the 2000s. The empirical study is based on the European Social Survey (ESS) micro-data, merged with Eurostat macroeconomic data (rate of change in gross domestic product (GDP), unemployment and inflation). Following the literature, our hypothesis is that self-reported well-being increases in expansionary periods and decreases in recessive ones. Results show that, while the association between well-being and macroeconomic fluctuations are as expected from 2002 to 2008, this is no longer the case when the 2010 data is included in the regression models. In fact, well-being increased in ten out of fifteen European countries after the 2008 crisis. Further examination of the Portuguese data shows that people of all age, education levels, health condition and employment status declared to be happier in 2010 when compared to 2008. Such a puzzling result may be explained by expectations and adaptation processes as well as by an increased awareness, possibly prompted by the crisis, that not only income but also social relationships count in life. Our results thus broadly confirm happiness economics findings: well-being is not exclusively linked with income.
Desde o final de 2008 que o tema da crise económica e financeira internacional e das suas repercussões dominam as manchetes noticiosas, os discursos políticos e as conversas informais entre cidadãos comuns. Mesmo que não entenda muitos dos complexos conceitos da economia, o cidadão sente a influência que o contexto macroeconómico exerce na sua vida diária e no seu bem-estar. O interesse académico pela influência que as flutuações macroeconómicas podem exercer sobre a felicidade e a satisfação com a vida do cidadão-comum remonta aos anos 60 do século passado e veio agora assumir uma nova dimensão. Seguindo esta linha de interesse, o presente estudo visa compreender quais os fatores determinantes do bem-estar subjetivo em Portugal e em alguns países da União Europeia (EU) entre 2002 e 2010, sejam fatores de natureza macroeconómica, sociodemográfica ou outra, e como se caracterizou o bem-estar subjetivo dos portugueses nos anos após o despoletar da crise económica e financeira. Para tal, analisaram-se os dados de bem-estar subjetivo de mais de 140 000 participantes de 15 estados-membros da UE, incluindo Portugal, provenientes do European Social Survey e os indicadores macroeconómicos proporcionados pelo Eurostat. Os resultados revelam que o bem-estar subjetivo dos europeus é influenciado pelas flutuações macroeconómicas, embora em Portugal esta influência não seja tão clara. Verificou-se também a existência de um padrão sociodemográfico constituído por variáveis como a idade, o género, o estado civil, a escolaridade ou a situação perante o trabalho na determinação do bem-estar subjetivo e que a perceção dos indivíduos sobre o seu estado geral de saúde e sobre a perceção da adequação dos seus rendimentos face às despesas correntes influencia o bem-estar subjetivo dos cidadãos. Este padrão sociodemográfico de influência sobre o bem-estar subjetivo é, no entanto, constituído por menos variáveis determinantes para o caso português do que para a generalidade dos países europeus. A influência da confiança social e da confiança institucional no bem-estar subjetivo também se revelou significativa e particularmente pertinente. Observou-se ainda que a tendência de evolução dos níveis médios de bem-estar subjetivo é de subida progressiva a partir do ano 2006, sendo os valores médios de bem-estar subjetivo de 2010 superiores aos de 2008. Tal acontece em todos os fatores determinantes considerados. Os níveis médios de confiança social revelaram-se também superiores em 2010 comparativamente a 2008. Tais resultados levam-nos a levantar a hipótese de que a crise económica tenha feito os cidadãos nacionais mudarem a valorização que dão aos aspetos da sua vida que possam influenciar a sua felicidade e satisfação, passando a valorizar mais os relacionais em detrimento dos materiais. Mas poderá esta reação resistir ao aprofundamento da crise e ao empobrecimento efetivo dos portugueses?
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