A metodologia aqui proposta visa revelar relações entre o ambiente sociocultural e o processo saúde/doença. São pressupostos para essa análise: buscar a estrutura do texto para interpretá-lo a partir da explicação e não da compreensão; contextualizar historicamente o texto e relacioná-lo com outros do mesmo gênero. No primeiro nível de análise, ou análise baseada nas questões, abordam-se os domínios culturais e o conteúdo das narrativas referentes às informações obtidas por meio de respostas diretas às questões formuladas pelo pesquisador. O segundo nível de análise, ou análise baseada nas narrativas, refere-se às digressões em relação ao tema inicialmente proposto pelo pesquisador em entrevista semi-estruturada. Os procedimentos analíticos do segundo nível consistem na construção de mapas de rede semântica das narrativas, para posterior comparação.
Nos territórios quilombolas do município de Cachoeira, Bahia, observa-se um processo de florescimento cultural com algumas iniciativas de patrimonialização mobilizadas pelas comunidades. Nesse processo tem especial destaque a cultura afro-religiosa para uma parcela dessas comunidades, afinando-se a tendências mais amplas de inclusão gradual dos bens culturais das populações minoritárias, ampliando, assim, o escopo dos “bens culturais”. Neste artigo apresentamos algumas dessas iniciativas, a exemplo da Festa de São Roque e os peditórios da Esmola Cantada; de implantação do turismo étnico de base comunitária da Rota da Liberdade; de revalorização das terapêuticas tradicionais; e de mobilização político-cultural afro-religiosa da Festa da Ostra, locus de visibilização e inventividade de símbolos e experiências dessas comunidades. Nessas iniciativas, referentes materiais, sensoriais e estéticos afro-religiosos comparecem na fundamentação das “políticas de autenticidade” para a patrimonialização da cultura quilombola.
Carlo Castaldi é um nome pouco presente e lembrado nas ciências sociais no Brasil; quando isto ocorre as referências são sempre feitas a seu trabalho denominado "A aparição do demônio no Catulé", que se tornou um clássico nos estudos de religiosidade popular. Não sendo este seu único trabalho publicado durante sua estadia no Brasil de 1953 a 1958, veio a ser o mais conhecido e importante. Considero que isto se deva não apenas a este ser um precursor dos estudos antropológicos sistemáticos sobre religiosidade popular realizado por um antropólogo com formação acadêmica específica, mas também por se tratar de um movimento messiânico da Igreja Adventista da Promessa, que culminou na morte de quatro crianças acusadas de estarem possuídas pelo demônio, e, por fim, pela parceria com estudiosos brasileiros que dariam significativas contribuições em suas áreas de atuação.O primeiro contato que tivemos se deu em 1996, quando recebi uma mensagem através da internet, na qual ele dizia ter trabalhado na Bahia nos anos de 1950 e me indagava se eu poderia responder algumas perguntas sobre pessoas que conhecera. Respondi afirmativamente, tratando-o como professor Castaldi, já que o associei a alguma leitura feita ao longo de minha carreira de antropólogo e pesquisador, tendo ele respondido que infelizmente não se tornara professor, pois a vida o conduzira por outros caminhos e nunca terminara seu doutorado na Universidade de Columbia. Enviou-me um texto que há algum tempo disponibilizara na internet, em
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