O artigo propõe algumas reflexões sobre o espaço do Museu EtnoArqueológico de Itajaí, que ocupou a edificação da antiga estação ferroviária e hoje apresenta-se como um espaço comunitário, ressignificando as memórias coletivas da época, preservando, assim, a história da Estrada de Ferro Santa Catarina, considerada sua importância no Vale do Itajaí. O museu oportuniza partilhar a etnografia rural e local do bairro Itaipava e, por meio dos sambaquis, sua arqueologia. Ao enaltecer sua história, descreve um passado não tão distante e apresenta memórias coletivas daquele espaço-tempo. O objetivo desta pesquisa consiste na reflexão sobre a ética da criação do museu, na história do patrimônio edificado e das memórias internalizadas naquele espaço comunitário que foi a Estação Ferroviária Engenheiro Vereza e, atualmente, o Museu EtnoArqueológico. Na fundamentação conceitual aprofunda-se as apreciações de Le Goff (2013) e Pierre Nora (1993) para abordar a história e memória, bem como o conceito de Halbwachs (2006) sobre memória coletiva. Também são utilizadas as considerações de Vázquez (2014) sobre ética e de Besterman (2006) na relação da ética com o museu e sua história com a comunidade, concentrando-se na abordagem qualitativa e nos preceitos do método fenomenológico de Moreira (2002) para analisar as experiências dos indivíduos que viveram e vivem em torno daquele espaço comunitário.
Objetivo: o estudo pesquisou o público que vivenciou este lugar de educação e memória, nos últimos três anos, por meio da coleta de dados do livro de visitantes como fonte de pesquisa e reportagens disponibilizadas no site oficial da prefeitura de Itajaí. Metodologia: o estudo guiou-se pelos pressupostos da abordagem qualiquantitativa cunhada por Creswell e Clark (2013), para pesquisar o público que vivenciou este lugar de educação e memória. Consideramos a fundamentação teórica de D’Ávila (2018) e Konder (2012) para compreender a história de Itajaí; Le Goff (2013) e Nora (1993) ancoram as reflexões de história e memória; Carvalho (2016) que aborda a temática do museu como referencial na formação cultural da sociedade. Resultado: o livro de visitas do museu contém o registro de mais de cinquenta mil pessoas que visitaram o museu entre os anos de 2017 a 2019. Muitos dos visitantes registraram, no livro de visitas, suas memórias vividas naquele lugar. Conclusão: o estudo realça um recorte da realidade da população que visita museus e de escolas que acreditam neste lugar como propulsor de sentidos, um arcabouço de histórias, memórias e informações.
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