Mas parece-nos que atingiríamos o duplo objetivo de assegurar à pátria todos os talentos que podem servi-la e de não privar nenhum indivíduo da vantagem de desenvolver os que recebeu, se as crianças que revelarem maior capacidade, num grau de instrução, fossem chamadas a freqüentar o grau superior e mantidas à custa do tesouro nacional, sob o nome de alunos da pátria. (Condorcet, 1943, p. 54) RESUMO: O presente artigo analisa e procura fomentar o debate acerca de proposta expressa em 1792, pela Comissão de Educação da Assembléia Legislativa Francesa -e apresentada por Condorcet. Sua matéria reside em um plano de organização da instrução públi-ca arquitetado pelos revolucionários com o propósito de formar o povo. Pretendiam os revolucionários criar o homem novo, para dar conta de levar adiante a Revolução que se iniciara. Tratava-se -como diziam -de engendrar uma pátria regenerada, capaz de efetivar os princípios de uma sociedade verdadeiramente democrática. Sendo assim, supunha-se ser a escolarização um dos veículos prioritários na construção da nacionalidade. A Assembléia Legislativa traçou, portanto, um plano educacional expondo os níveis e métodos de ensino, a organização do ensino, os critérios de seleção dos profissionais da educação, os procedimentos de políticas públicas e de avaliação da rede escolar. Trata-se de um prospecto de modelo para a composição de uma escola nacional, tal como esta se constituiria a partir do sécu-lo XIX. Trata-se, sobretudo, de uma referência pedagógica da qual so-* Doutora em História Social pela FFLCH-USP e professora da área de Filosofia da Educação da FEUSP.
RESUMO: Este artigo defende a tese de que o direito à educação se teria desenvolvido em três gerações: 1. O ensino torna-se paulatinamente direito público quando todos adquirem a possibilidade de acesso à escola pública; 2. A educação como direito dá um salto quando historicamente passa a contemplar, pouco a pouco, o atendimento a padrões de exigência voltados para a busca de qualidade no ensino oferecido e para o reconhecimento de ideais democráticos internos à vida escolar; 3. O direito da educação será consagrado quando a escola adquirir padrões curriculares e orientações políticas que assegurem inversão de prioridades, mediante atendimento que contemple -à guisa de justiça distributiva -grupos sociais reconhecidamente com maior dificuldade para participar desse direito subjetivo universal -que é a escola pública, gratuita, obrigatória e laica. Aqui entram as políticas que favorecem, por exemplo, a reserva de vagas por cotas destinadas, nas universidades, a minorias étnicas.Palavras-chave: Escola. Direitos humanos. Democratização do ensino.Educação. Filosofia da educação.
Leituras! Leituras! / Como que diz: Navios... Sair pelo mundo / coando na capa vermelha de Júlio Verne. / Mas por que me deram para livro escolar / a 'Cultura dos Campos' de Assis Brasil? /... / Se algum dia, eu for rei, baixarei um decreto / condenando este Assis a ler a sua obra. RESUMO: Este artigo discorre sobre como, a partir da Idade Moderna, estrutura-se um projeto político e pedagógico que, como tal, contribuiu para formar hábitos culturais da civilização ocidental. Pretende-se estudar a estrutura da escola à luz de uma caracterização sócio-histórica que preside o debate contemporâneo sobre o tema. A forma com que a escola moderna vem a público dá a ver determinadas concepções de espaço e de tempo, além de um ritual cotidiano, que se apresentam como portas de entrada para a cultura letrada. De alguma maneira, tratava-se de tornar a escola um instrumento de conformação e confirmação de hábitos, valores, crenças e saberes considerados prescritos pela vida moderna ocidental.Palavras-chave: Educação. Escola. Pedagogia. Instrução. História.
THE EDUCATIONAL CIVILIZATION AS A POLITICAL-PEDAGOGIC PROJECT OF MODERNITY: WRITTEN CULTURE IN THE CLASSROOMSABSTRACT: This paper aims at focusing on the modern schooling based on some founding references of the Western world. It first explores this modern school project, whose object is to modernize and
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