A anemia ferropriva (AF) é uma doença multifatorial e responde pela maior parte dos casos de anemia em crianças de 6 a 59 meses, estando muito relacionada com fatores biológicos, socioeconômicos e nutricionais. Se instaura de forma gradativa e seus sinais e sintomas são inespecíficos como: cansaço, fraqueza muscular e palidez. Possui consequencias como baixo crescimento ponderal e estatural, dificuldade de aprendizagem e queda da imunidade. No Brasil, a anemia infantil ainda é um problema de saúde pública devido a sua alta prevalência de, em média, 40%. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a prevenção da anemia e orientar os responsáveis por crianças de 6-59 meses cadastradas em unidades Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Governador Valadares, MG. Foram realizadas entrevistas estruturadas contendo questões sobre o conhecimento com relação à anemia, recebimento de orientações, participação nas atividades de puericultura na ESF e suplementação de ferro (SF). Foram consultados os prontuários para obtenção de resultados de exames hematológicos e bioquímicos. Ao final, foram dadas orientações sobre a AF e medidas para prevenção e tratamento. Dos 209 responsáveis entrevistados, 42,6% relataram desconhecer os sintomas da anemia, sendo que 70,8% relataram que nunca receberam orientação profissional sobre anemia. Além disso, apenas 46,2% das crianças participavam ou haviam participado da puericultura na ESF. Dentre as 88 crianças de 6-59 meses que haviam realizado hemograma em um intervalo máximo de 3 meses antes ou depois da entrevista, a prevalência da anemia (Hb<11g/dL) foi de 26,1%. Dentre as crianças anêmicas, apenas 21,7% faziam uso do SF. Considerando as crianças de 6-24 meses (n=99) que realizaram o exame de sangue (n=44), 38,6% apresentavam anemia e apenas 24,2% estavam fazendo uso do SF. Dentre as crianças de 6-59 meses que estavam fazendo ou já haviam feito uso do SF, 87,9% dos entrevistados relataram ter recebido orientação profissional sobre posologia, porem 83% não receberam orientação em relação aos efeitos colaterais. Ainda neste contexto, 22% das crianças apresentaram tais efeitos e 14,3% suspenderam a suplementação devido a ocorrência dos mesmos. Quanto aos exames bioquímicos, das 209 crianças, foram encontrados registros no prontuário de resultados de ferro sérico e ferritina para apenas 48 e duas crianças, respectivamente. Considerando os dados de falta de informação por parte dos responsáveis sobre a anemia e SF, em paralelo a baixa participação nas atividades de puericultura e ainda o pequeno número de crianças anêmicas que faziam uso do SF, conclui-se que é necessário desenvolver estratégias que aumentem a participação deste público-alvo nas atividades da unidade de saúde para possibilitar ações educativas de prevenção e tratamento da anemia infantil.
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