A partir da problematização do (des)lugar dos bebês na creche, o artigo tem como objetivo discutir como a presença de um grupo de berçário nos espaços de uso comum de uma escola de educação infantil do RS pode implicar redimensionamentos pedagógicos. As análises revelaram que as ações e relações dos bebês nos diferentes espaços da creche dão visibilidade à ação pedagógica e trazem provocações acerca do modo como a escola está organizada. Considera-se que habitar espaços coletivos da creche amplia e complexifica as aprendizagens dos bebês, fomentando pedagogias que acolham as suas especificidades.
Este artigo apresenta reflexões metodológicas com foco em entrevistas, procedimento recorrente em pesquisas com abordagem qualitativa. A partir da experiência de uma pesquisa de doutorado sobre as relações entre Educação Infantil e Didática, discutem-se processos vivenciados nas entrevistas com quatro professores/pesquisadores brasileiros e dez italianos que participaram do estudo. O trabalho fundamenta-se na perspectiva de Sennett (2015a) sobre artesania, dialogando com compreensões teórico-metodológicas sobre o entrevistar como um movimento dialógico de abertura em um fazer artesanal, conforme propõem Mills (2009), Caramés Boada (2010) e Contreras Domingo e Lara Ferré (2010). As reflexões metodológicas organizam-se em dois eixos: o primeiro versa sobre a potência do encontro, do diálogo e do compartilhamento de ideias e saberes que pode acontecer na entrevista, destacando a importância da escuta de modo ético e respeitoso; o segundo discorre acerca da flexibilidade no processo de entrevistar e do quanto as entrevistas realizadas retroalimentam as próximas e, por consequência, redimensionam os rumos da investigação. Considera-se que o ato de entrevistar, tecido em um fazer artesanal, é uma experiência que pode ser formativa para o entrevistador e significativa para o entrevistado, pois no exercício dialógico de pesquisa há intercâmbio de ideias e saberes que promovem ressignificações. Ao entrevistar docentes/pesquisadores da Educação Infantil e da Didática, evidenciam-se as posições ocupadas pelos participantes da pesquisa e seus diferentes pontos de vista, colocando em pauta um tema que tem sido invisibilizado, movimentando pensamentos e fomentando o diálogo.
Este artigo tematiza as aprendizagens das crianças pequenas na pré-escola com o objetivo de compreender como elas as significam em seus cotidianos. Com bases teóricas na Pedagogia da Infância, busca-se ampliar o debate sobre as aprendizagens na/da Educação Infantil, visto que a Base Nacional Comum Curricular propõe um currículo não disciplinar e que a pré-escola precisa reafirmar-se como uma etapa não preparatória aos anos seguintes de escolarização. O percurso metodológico deste estudo foi construído a partir dos pressupostos da Pesquisa com Crianças, inspirada etnograficamente, e os dados foram produzidos em uma escola pública do município de Osório/RS, junto a 14 crianças de 5 anos de idade. As análises indicaram que as crianças identificam a pré-escola como um contexto em que são construídas tanto aprendizagens formais quanto cotidianas; além disso, que essas aprendizagens são significadas a partir das suas brincadeiras e nas suas interações. Considera-se que o ponto de vista das crianças sobre o que e como aprendem traz uma profícua colaboração para a construção de contextos educativos que valorizem os percursos de aprendizagem das crianças pequenas em sintonia com as especificidades das infâncias na primeira etapa da Educação Básica.
Este artigo tem como objetivo discutir as percepções das professoras sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Educação Infantil, compreendendo as implicações do documento às práticas docentes. O corpus analítico compreende dados de um estudo de caso realizado em uma escola pública do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. O trabalho fundamenta-se teoricamente em autores da Educação Infantil e do Currículo, e em políticas e documentos que normatizam a primeira etapa da educação brasileira. A análise dos dados está organizada em dois eixos. O primeiro versa sobre as compreensões das professoras em relação à BNCC e ao currículo. O segundo discute as implicações da BNCC nas práticas pedagógicas, indicando os campos de experiência como uma possibilidade de valorização do cotidiano na Educação Infantil. Os resultados evidenciam que uma apropriação contextual e reflexiva da BNCC pode contribuir para repensar a ação docente com as crianças.
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