As exigências profissionais impostas aos engenheiros estão sofrendo mudanças. Por isso, as Diretrizes Curriculares Nacionais de 2019 estabelecem uma formação mais alinhada com as demandas atuais e concedem mais relevância à educação empreendedora nos cursos brasileiros. Este cenário, também oriundo do movimento de globalização, fez surgir alguns modelos de classificação conhecidos como rankings, inclusive, para a educação e o empreendedorismo. Porém, há uma lacuna na literatura brasileira de educação em engenharia sobre este assunto que faz emergir diversas questões. Nesta direção, a presente pesquisa é norteada por: Quais são os requisitos essenciais que estão relacionados com os principais rankings internacionais e são capazes de explicitar a educação em engenharia nas universidades? O objetivo da pesquisa é duplo: a) identificar e explorar os requisitos que estão presentes nos principais rankings internacionais selecionados nesta pesquisa; b) analisar as interfaces entre os requisitos explorados e, com
PROPOSTA DE REQUISITOS ESSENCIAIS BASEADA EM RANKINGS INTERNACIONAIS DE ENSINO SUPERIOR E EMPREENDEDORISMO 1 INTRODUÇÃOUm longo processo de evolução se desenvolveu desde o início do ensino de engenharia no Brasil em 1792 (OLIVEIRA et al., 2013). Atualmente, as exigências impostas ao engenheiro do século XXI estão sofrendo mudanças em decorrência das profundas modificações do mercado de trabalho e da sociedade, com a qualificação do engenheiro tendo que acompanhar as tendências tecnológicas, econômicas e sociais (SILVA; SANTOS; SOUZA, 2019).Nos últimos anos, o Brasil não avançou em relação aos países mais competitivos, de acordo com o levantamento do Fórum Econômico Mundial (DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA -BRASIL, 2018). O índice analisa o conjunto de políticas e práticas que permitem um país desenvolver, atrair e capacitar o capital humano que contribui para a produtividade e prosperidade. Em 2020, o Brasil aparece na 80º posição do ranking geral entre 132 nações. Já em relação ao grupo da América Latina e do Caribe, o Brasil encontrase na 11ª posição, tendo o Chile como o melhor classificado (GTCI, 2020).Entre os principais problemas que os especialistas apontam para a baixa competitividade do Brasil estão a baixa capacidade de inovação da economia e sua deficiente qualificação de trabalhadores (DIÁLOGOS SETORIAIS UNIÃO EUROPEIA -BRASIL, 2018). É nesta perspectiva que as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN's) para os cursos de engenharia, homologadas em 2019, estabelecem uma formação profissional mais alinhada com as demandas atuais. Além de fortalecer o conhecimento nas áreas tecnológica e social, as novas determinações buscam também a formação de profissionais capazes de liderar, inovar e administrar (ARANHA et al.,2017). Nesse sentido, a educação empreendedora adquire um importante papel no desenvolvimento dos novos engenheiros, uma vez que o comportamento, atitude e mentalidade empreendedora estão diretamente relacionadas com competências e habilidades de inovação, entre as quais destacam-se pen...