A partir dos anos 1980 surgiram as primeiras pesquisas acadêmicas no campo da Educação Ambiental (EA) no Brasil, produção que vem crescendo consideravelmente nos últimos anos. No conjunto desses estudos, encontramos trabalhos que buscaram descrever e/ou promover práticas pedagógicas de EA em Áreas Protegidas. Realizamos uma pesquisa do tipo estado da arte por meio da análise das dissertações e teses produzidas entre 1981 e 2009 que trataram de Práticas Pedagógicas de EA em Áreas Protegidas. Este estudo integra o projeto interinstitucional “A Educação Ambiental no Brasil: Análise da Produção Acadêmica (Dissertações e Teses) – Projeto EArte”. Buscamos investigar as seguintes questões: quais tendências de Educação Ambiental norteiam as práticas pedagógicas desenvolvidas em Áreas Protegidas descritas nas teses e dissertações brasileiras sobre Educação Ambiental?; quais as características pedagógicas dessas práticas? O corpus documental foi identificado a partir do Banco de Dados do Projeto EArte, constituído a partir de levantamentos junto ao Banco de Teses da Capes. De um total de 2.150 dissertações e teses, identificamos 50 trabalhos que trataram especificamente de Práticas de Educação Ambiental em Áreas Protegidas e cujos textos completos puderam ser obtidos. Os trabalhos foram analisados com base nos seguintes descritores: temas e conteúdos abordados; métodos e técnicas de ensino; materiais e recursos didáticos; público envolvido; procedimentos de avaliação; tendência de EA (conservacionista, pragmática e crítica). A maior parte das pesquisas apresentou práticas pedagógicas centradas em trabalhos de campo e/ou exposições orais e dialogadas, com uso de materiais impressos e trilhas interpretativas, abordando questões referentes aos aspectos biológicos e geológicos, bem como os referentes à conservação e manejo, e tendo por principal público envolvido estudantes e moradores de Áreas Protegidas e de seu entorno. Houve predominância de práticas pedagógicas norteadas por características conservadoras (conservacionista ou pragmática) de Educação Ambiental e um número menor de trabalhos baseado na macrotendência crítica. Destacamos a necessidade de continuidade de estudos do tipo estado da arte para identificar, entre outros aspectos, a influência de políticas públicas recentes de Educação Ambiental em Áreas Protegidas nas pesquisas acadêmicas da área, bem como a expectativa de que sejam ampliadas as práticas numa perspectiva crítico-emancipatória de Educação Ambiental.
A problemática dos conflitos socioambientais em Áreas Protegidas tem sido cada vez mais abordada na literatura acadêmica. Seus condicionantes sociais e políticos assumem papéis importantes na consolidação do processo de gestão participativa destas áreas e afetam diretamente uma quantidade significativa de diferentes atores sociais. No entanto, a possibilidade de discussão e mediação dos conflitos socioambientais se coloca,por vezes, limitada a ações isoladas de alguns atores, sendo a contribuição destas ações carentes de fundamentação teórica. Como tentativa de aproximação da temática dos conflitos socioambientais a um referencial teórico da Educação e da Educação Ambiental apresentamos algumas reflexões que podem contribuir para a mediação destes conflitos por meio da efetivação do processo educativo na gestão participativa das Áreas Protegidas.
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