Resumo: O artigo analisa o processo de criação do Banco do Sul, desde a proposta inicial, lançada por Venezuela e Argentina, em 2007, até a definição do capital e dos estatutos, em meados de 2009, com mais cinco países-Bolívia, Brasil, Equador, Paraguai e Uruguai. O projeto suscita muitas indagações. A diversidade de objetivos apresentados pelos presidentes foi superada com a definição do perfil de Banco de Desenvolvimento, defendido pelo Brasil, mas continuam sendo mencionados objetivos mais amplos. O enraizamento institucional da proposta é reduzido e os dois sócios principais, Brasil e Venezuela, dão sinais contraditórios sobre seu comprometimento com a proposta. Não se sabe como o Banco ganhará força com capital reduzido e mecanismo decisório difícil, dadas as diferenças políticas entre os governos. Não há referências às demais instituições financeiras regionais, apesar da semelhança de objetivos e da experiência acumulada.
Desde 2013, a Venezuela vivencia uma crise multidimensional, marcada por dois processos simultâneos e que se retroalimentam: a profunda deterioração econômica e a intensa polarização política. Apesar de parte das causas estar relacionada às decisões dos governos de Hugo Chávez (1999-2013) e Nicolás Maduro (2013-?), parte da resposta para explicar essa crise passa pela compreensão dos processos históricos que legaram condições estruturais difíceis de superar, consolidadas sobretudo no período de Punto Fijo (1958-98). Este estudo parte da ideia de que a consolidação do petróleo como força-motriz da economia venezuelana no XX gerou uma burguesia rentista intrinsicamente ligada ao poder político, sendo este uma peça fundamental para o entendimento dos desafios da Venezuela no século XXI. Portanto, o objetivo deste artigo é apresentar a relação histórica entre petróleo e poder na Venezuela pré-chavista, como elemento relevante para a compreensão do complexo quadro vigente.
Desde 2013, a Venezuela vivencia uma crise multidimensional, marcada por dois processos simultâneos e que se retroalimentam: a profunda deterioração econômica e a intensa polarização política. Apesar de parte das causas estar relacionada às decisões dos governos de Hugo Chávez (1999-2013) e Nicolás Maduro (2013-?), parte da resposta para explicar essa crise passa pela compreensão dos processos históricos que legaram condições estruturais difíceis de superar, consolidadas sobretudo no período de Punto Fijo (1958-98). Este estudo parte da ideia de que a consolidação do petróleo como força-motriz da economia venezuelana no XX gerou uma burguesia rentista intrinsicamente ligada ao poder político, sendo este uma peça fundamental para o entendimento dos desafios da Venezuela no século XXI. Portanto, o objetivo deste artigo é apresentar a relação histórica entre petróleo e poder na Venezuela pré-chavista, como elemento relevante para a compreensão do complexo quadro vigente.
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