O presente trabalho objetivo analisar os discursos construídos por crianças do pré-escolar em relação à questão racial, com ênfase sobre a negritude enquanto marca identitária. Embora ainda pequenas, as crianças vão elucidando por meio de suas narrativas o reconhecimento de seu pertencimento à população negra, se identificando positivamente em relação a sua cor e raça. Metodologicamente, a pesquisa fundamentou-se na observação participante, com perfil qualitativo. Em seus discursos as crianças revelam orgulho de sua cor e já compreendam a necessidade de defenderem sua identidade racial. Observamos, assim, a importância de uma maior representatividade negra nas mídias e demais ferramentas de grande alcance popular. Os resultados apontaram que os movimentos sociais negros, as legislações vigentes a favor da diversidade, bem como as produções literárias com protagonismo de pessoas negras, vêm contribuindo para o processo de autorreconhecimento e autoafirmação da criança negra.
O presente artigo analisa o conceito de subalternidade à luz das contribuições de Spivak (2010). Objetivamos identifcar traços de subal-ternização no diálogo entre a escola e as mães de crianças com defciência, na medida que a primeira intenta falar dos sujeitos e não com os mesmos ou seus responsáveis, representados na maioria das vezes pelas mães. O estu-do em questão apontou-nos que, apesar da escola ser um espaço regido por mulheres segue reproduzindo marcas históricas de silenciamento das vozes femininas. Nesse contexto, a história oral contribui para elucidação das ex-periências de tais mulheres no processo de acompanhamento do cotidia-no dos flhos com defciência e os conhecimentos advindos de suas táticas.
A diáspora africana, ou afrodiáspora, foi e segue como resultado de um processo de mercantilização ora no período de colonização, ora na contemporaneidade. Os mais variados deslocamentos e com eles contínuos processos de desterritorialidade implicam um olhar em torno das práticas de aculturamento, silenciamento e apagamento cultural dos povos negros. Assim, o presente artigo justifica-se a partir da constatação da chegada de crianças em situação de deslocamentos às escolas públicas municipais de Duque de Caxias/RJ, concomitante à demanda apresentada pela Lei 10.639/03 que prevê o estudo da História da África e dos Africanos no currículo escolar. O cenário escolar revela-se como um reflexo da sociedade na medida em que tende a projetar nos alunos um determinado padrão estético e comportamental a partir de uma dada cultura: a cultura do masculino, do hétero, do cristão, do branco, do europeu. Embora configure-se como um espaço demograficamente diversificado, quase sempre os valores impostos amparam-se numa perspectiva monocultural. Dessa forma, elenca-se como objetivo chamar a atenção para a necessidade de se pensar o currículo escolar a partir de uma perspectiva a favor da cultura africana com contribuições advindas das trajetórias das crianças em contexto de diáspora. O método empregado apoiou-se nas contribuições da observação participante em razão da interação entre a pesquisadora e os sujeitos envolvidos, utilizando-se ainda de entrevistas com alunos do 5º ano de escolaridade de uma dada escola pública do município de Duque de Caxias/RJ. Os resultados preliminares em torno dos discursos e imagens elaborados pelas crianças apontam para o fato de que estas reproduzem práticas de racismo, não se reconhecendo como crianças negras ou afrodescendentes. Também observou-se comportamento intolerante em relação às religiões de matriz africana, mais especificamente o candomblé. Em meio a demanda da construção de um currículo que contemple a história da África, tal como previsto em legislação vigente, concluiu-se que a presença das crianças africanas no cenário escolar pode ser vista como uma importante fonte de disseminação das culturas do continente, suas trajetórias e memórias.
A subalternização da mulher em relação ao homem vem sendo alvo de contínuas reflexões e estudos. Embora as legislações vigentes apresentem avanços quanto ao direito feminino, nas relações cotidianas ainda encontramos vestígios de uma sociedade patriarcal, cuja história fundamenta-se em relações de opressão e machismo. Assim, o referido artigo apresenta como objetivo analisar processos históricos de subalternização da mulher. Para tal nos utilizaremos do método de análise documental, estabelecendo como principal fonte legislações brasileiras tendo como recorte temporal o período de 1930 até a presente data. Os resultados preliminares do presente estudo sinalizam que culturalmente as leis refletem os padrões da sociedade e corroboram para a manutenção da condição da mulher sempre subjugada e vista a partir da existência do homem. Os instrumentos normativos analisados apontam para a ratificação da hierarquia de gênero, respaldando a soberania do primeiro sobre o segundo sexo (BEAUVOIR, 2016). Concluímos que, mesmo as legislações contemporâneas a favor das mulheres, são instituídas a partir de parâmetros pautados no comportamento masculino, sendo este uma referência para todo e qualquer discurso relacionado às questões de gênero.
O presente trabalho tem como objetivo analisar os discursos construídos por criançasdo pré-escolar em relação à temática da cor negra enquanto marca identitária. Emboraainda pequenas, as crianças desde muito cedo vão elucidando, por meio de suas narrativas, o reconhecimento de seu pertencimento à população negra, autoafirmando-sepositivamente em relação à sua cor e raça. Embora venhamos de um contexto histórico--social marcado pelo estigma da opressão, discriminação racial e consequente desigualdades financeiras, a experiência de trabalho com a educação infantil vem revelando quenossas crianças negras, ainda na primeira infância, já manifestam um posicionamentocrítico e político de enfrentamento às práticas de racismo que desqualificam seu povo. Omesmo movimento de autoafirmação negra não foi identificado no trabalho com alunoscom mais anos de escolaridade, cuja faixa etária varia entre 9 e 14 anos. As observaçõesin lócus remetem-nos à seguinte questão: Os movimentos sociais negros, as legislaçõesvigentes a favor da diversidade, bem como as contribuições literárias que destacamas culturas negras em contexto de protagonismo, vêm contribuindo para o processode autorreconhecimento e autoafirmação da criança pequena negra? Para subsidiar apresente discussão, apoiamo-nos em documentos legislativos que se debruçam sobrea questão identitária na educação infantil e ainda sobre estudos e experiências de trabalho que buscam trazer à tona a capacidade das crianças de compreenderem sobre si.Cumpre sinalizar que os dados foram coletados por meio da observação participante,tendo como enfoque características de uma pesquisa qualitativa.
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