Introdução: A síndrome de realimentação é uma complicação grave, caracterizada por alterações metabólicas e eletrolíticas na reintrodução e/ou aumento calórico após um período de ingestão alimentar reduzida/ausente, com maior incidência em pacientes desnutridos ou geriátricos, como pacientes críticos com coronavírus. Este estudo visa identificar a prevalência do risco desta síndrome em pacientes críticos com coronavírus internados em um hospital brasileiro. Métodos: Estudo observacional retrospectivo, transversal, pacientes com coronavírus, por teste positivo de ácido nucleico, de unidades críticas entre março a junho de 2020. Foram analisados dados demográficos, clínicos, nutricionais, exames bioquímicos e clínicos indicativos de síndrome de realimentação. Resultados: 328 pacientes, com média de idade de 65,3 anos (DP=16,7), 70,4% (n=231) do gênero masculino, com comorbidades como 45,4% (n=149) hipertensão, 29,9% (n=98) dislipidemia, 27,7% (n=91) diabetes. Na anamnese nutricional 50% (n=164) apresentaram baixa aceitação alimentar prévia e 12,2% (n=40) perda de peso nos últimos 3 meses. Receberam dieta por via oral 65,2% (n=214), 34,1% (n=112) enteral, 0,6% (n=2) parenteral. Média de início de dieta de 1,5 dias (DP 1,2). Identificou-se uma prevalência de 58,2% do risco de síndrome de realimentação nestes pacientes. Quando relacionado a síndrome de realimentação e sinais clínicos, não houve associação, identificado uma tendência aos valores de fósforo (p=0,086) e sódio (p=0,054). Conclusão: Os resultados demostraram alta prevalência do risco de síndrome de realimentação na população estudada, reforçando a importância desta identificação precoce e terapia nutricional adequada.
Objetivo: Verificar a ocorrência de alteração no perfil lipídico de pacientes com novo coronavírus internados em unidades críticas de um hospital privado. Método: Tratou-se de um estudo observacional retrospectivo, transversal, em ppacientes com coronavírus por um teste positivo de ácido nucleico, internados em unidades críticas entre março a junho de 2020, foram excluídos os pacientes com dislipidemia e/ou uso de medicamentos hipolipemiantes prévios. Foram avaliados dados demográficos, clínicos, nutricionais, farmacológicos e exames laboratoriais. Resultados: Foram avaliados 55 pacientes, com média de idade de 63,3 anos (DP=12,4), 76,4% (n=42) eram homens, 45,5% (n=25) hipertensos, 56,4% (n=31) fizeram uso de corticoterapia e 34,5% (n=19) foram sedados com propofol. Dos pacientes que fizeram uso de dieta enteral (n=29), a média de lipídeo foi de 52,5g/L (DP=15,1g/L). Quanto ao perfil lipídico, 57,4% (n=31) encontravam-se com hipertrigliceridemia e 41,9% (n=13) com hipercolesterolemia. Observou-se associação do uso de propofol com valores de triglicerídeos (p=0,023) e lipoproteína de densidade muito baixa (p=0,042) elevados e uma tendência da composição lipídica da dieta com os valores de triglicerídeos (p=0,058). Conclusão: Nossos resultados apontaram uma associação positiva da alteração no perfil lipídico com o uso de medicação e uma predisposição dos lipídios da dieta enteral com o aumento dos valores de triglicerídeos.
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