Homem de 74 anos, com antecedentes pessoais de hipertensão arterial, dislipidemia, insuficiência cardíaca congestiva e hiperplasia benigna prostática, seguido em consulta de oncologia por adenocarcinoma da transição reto-sigmoideia (pT3N2M0G2R0) submetido em em Janeiro de 2015 a cirurgia de resseção anterior do reto. Colocação bem conseguida de catéter venoso central (CVC) em Abril de 2015 após tentativa falhada 15 dias antes. Realizou 8 ciclos de quimioterapia FOLFOX adjuvante até ao final do ano de 2015 pelo CVC tendo mantido vigilância clínica desde então. Na última consulta de oncologia no raio-x torácico de controlo verificou-se CVC partido com migração da sua porção distal (Figura 1). Clinicamente o paciente referiu apenas episódio de síncope com hipotensão 3 dias antes tendo-se assintomático desde então. Uma angio-tomografia torácica confirmou o achado com a presença da parte proximal do catéter infra-adjacente aos planos musculares na região peitoral e a parte migrada do cateter na artéria segmentar basal posterior do lobo inferior direito (Figura 2). Em reunião de grupo multidisciplinar com cirurgia-cardiotorácica e devido ao perfil risco-benefício adverso, decidiu-se pela não remoção da ponta migrada. Neste caso clínico descrevemos a migração tardia da ponta de um CVC. Este fenómeno não é incomum e foram já descritos vários destinos anatómicos para estas migrações como a veia braquiocefálica oposta, veia jugular ou veia cava 1,2 . A incidência destas migrações espontâneas foi estimada em 0.9-1.8%, sendo que o mecanismo exato permanece obscuro. Algumas hipóteses incluem variações extremas da pressão intratorácica por tosse, estornutos ou levantamento de pesos por exemplo
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