ResumoEstudos sobre a representação da brasileira em Portugal a retratam como uma mulher "fácil, vítima da dominação pós-colonial e patriarcal. Recentemente, o surgimento de uma ginástica "Made in Brasil", publicitando "o segredo da mulher brasileira", nos levou a investigar a subjetificação destas imigrantes através do corpo, a partir de entrevistas e observação participante. Constatou-se além da hipersexualização da imagem, que as brasileiras entrevistadas entendem as qualidades pelas quais são identificadas e se identificam como um recurso de negociação na busca de prestígio.Palavras-chave: Mulher Brasileira, Corpo, Estereótipos, Imigrantes, Ginásio.
A ideia de ter um professor homem realizando cuidados corporais de higiene nas crianças pequenas ainda hoje é motivo de grande estranhamento e preocupação na comunidade. Considerando isso, o presente estudo buscou analisar, na ótica de três professores do sexo masculino atuantes na Educação Infantil, as vivências e desafios referentes à profissão por eles escolhida. Através das análises e do suporte teórico que as nortearam, verificou-se que a presença do professor do sexo masculino no espaço escolar ainda gera certo estranhamento, insegurança e medo na comunidade. Por meio dos resultados revelados, o estudo poderá contribuir para que professores do sexo masculino, atuantes na Educação Infantil, tenham cada vez mais espaço de atuação no âmbito escolar, social, científico e acadêmico, superando o estranhamento que sua presença causa em toda a comunidade escolar, possibilitando, ainda, a desconstrução da docência na Educação Infantil como uma profissão feminina.
ApresentaçãoEducação: teoria e prática, Rio Claro, SP, Brasil -eISSN: 1981-8106 Está licenciada sob Licença Creative Common No fundo, um escritor não cria sua obra simplesmente em seus livros, mas sua obra principal é afinal de contas ele mesmo no processo da escrita de seus livros. Michel FoucaultA temática da sexualidade e as relações de gênero na atualidade são importantes pilares para a área de Educação, sendo que a UNESP já se tornou um centro de referência na temática, com a existência de vários grupos de estudo atuantes e de uma linha de pesquisa, em um de seus programas de pós-graduação, em importante processo de consolidação e reconhecimento internacional.Considerando que os profissionais de educação e saúde se envolvem diariamente com variadas situações relacionadas à educação sexual: prevenção das DSTs/AIDS, uso de contraceptivos, casos de gravidez precoce, violência sexual infantil, orientação sexual etc.; considerando que, em muitas universidades do Brasil e do exterior, grupos de pesquisa atuam na área de sexualidade e de educação sexual e apresentam importantes resultados em seus projetos de investigação; e considerando também que há poucos periódicos específicos sobre sexualidade e educação sexual, este número temático iniciará o preenchimento dessa lacuna ao trazer contribuições significativas para o campo da Educação e da saúde. Na cultura ocidental, estudos sobre a sexualidade se intensificaram a partir do século XIX, quando o discurso médico-científico se colocou como responsável pela classificação, pelo estudo do comportamento sexual desviante e das doenças sexualmente transmissíveis com o objetivo de combatê-las. Sem abandonar a moral religiosa que norteava as questões envolvendo o sexo, os médicos imprimiram uma cientificidade à temática que recebia fortes influências da Igreja. O ideal higiênico do século XIX, preocupado com a profilaxia das doenças, voltado para as famílias, ampliou sua esfera de influência para questões de relacionamentos interpessoais ou relacionamentos afetivos/sexuais, sendo desse século o surgimento do termo sexualidade.Por outro lado, fenômenos e fatos de natureza moral e social relativos à sexualidade, ao comportamento sexual e à repressão sexual acontecem no cotidiano das pessoas desde os primórdios da civilização humana. Desde a Antiguidade, a arte e a literatura retratam temáticas e práticas sexuais em suas obras: quadros, esculturas, poemas, manuais, textos filosóficos e romances. Ao longo dos séculos, diferentes padrões e normas se alternam e permeiam o exercício da sexualidade pela sociedade.No Brasil, nas primeiras décadas do século XX, surgem os primeiros estudiosos da sexualidade que defendem a necessidade da educação sexual para as crianças e
Este estudo busca apresentar uma atividade prática da disciplina de Fundamentos da Educação de Jovens e Adultos, inserida no curso de Pedagogia, em uma Faculdade Municipal do interior de São Paulo. Tal atividade é um recorte do Projeto de Alfabetização e Letramento para Idosos - PROALLI - desenvolvido numa instituição de idosos, tendo como foco estabelecer conexão entre a teoria e a prática na formação docente junto a este público que, por motivos diversos, foi excluído do processo de alfabetização em idade estabelecida pela legislação vigente. Para fins metodológicos, a experiência caracterizou-se pela abordagem qualitativa, configurando-se num estudo de caso que seguiu para análise descritiva. Mediante a distribuição de eixos temáticos inseridos em disciplinas como Português e Matemática, formou-se seis grupos para a sondagem inicial com os/as alunos/os inscritos no Projeto. O resultado consistiu na reflexão dos formandos para uma formação que corresponda às especificidades deste público.
O ensino fundamental I do nosso sistema educacional brasileiro encontra-se envolto de temas tabus e polêmicos concernente às questões de sexualidade. Os padrões de beleza e as questões de gêneros heteronormativos existentes em nossa sociedade produzem nas crianças modelos comportamentais estereotipados, estimulados pelos mais diversos meios sociais e (in) formativos. O presente estudo tem como objetivo investigar as percepções de crianças com idades entre nove e onze anos, matriculadas em uma escola estadual do interior do estado de São Paulo, acerca dos corpos masculinos e femininos encontrados em revistas diversificadas. Para tanto, a pesquisa consistiu na investigação empírica de caráter analítico-descritivo, por meio da abordagem qualitativa. A coleta dos dados utilizados para análise versou sobre uma proposta de atividade apresentada pela professora, em que consistiu na seleção de imagens masculinas e femininas presentes em revistas diversificadas, cabendo às crianças eleger tais imagens por meio de critérios pessoais. Em linhas gerais, essa atividade possibilitou uma discussão que girou em torno de questões localizadas no campo da sexualidade e das relações de gênero, pois foram concedidos espaços para se ouvir os alunos/as e suas percepções sobre o assunto, mediadas pela intervenção da professora. No entanto, não houve interferência nas respostas crianças no sentido de direcioná-las, mas de conduzir o discurso de maneira respeitosa e ref lexiva. O resultado evidenciou a incorporação dos estereótipos sociais reproduzidos pelas crianças, desde a escolha que fizeram até as características bem definidas e demarcadas entre as imagens e as funções realizadas por homens e mulheres; suas idades, profissões e características físicas, em campos quase sempre opostos. Esta identificação foi evidenciada tanto por meio das imagens selecionadas por elas quanto por suas falas ao justificarem as escolhas realizadas. Dessa forma, consideramos a relevância deste estudo por proporcionar uma reflexão em relação à percepção das crianças no tocante a beleza dos corpos e dos papeis sociais exercidos em nossa sociedade, estimulados e identificados por meio das imagens contidas em revistas generalizadas e pelos discursos construídos em suas expressões. Tais discursos revelaram a naturalização dos papeis binários e desiguais entre as funções atribuídas a homens e mulheres, bem como aos padrões de estereótipos de gêneros ligados a vaidade, consentida para mulheres, mas não para homens. As características físicas também foram identificadas como padrões estereotipados, tanto em relação aos perfis comuns (magro/a, alto/a, loiro/a) quanto aos localizados em campos distintos (cabelos curtos para homens, longo para mulheres). Da mesma forma, as roupas e acessórios se constituíram enquanto objetos observáveis das crianças, distinguidos entre os de uso masculino e feminino. Diante destas evidências, confirmou-se a incorporação de conceitos e preconceitos arraigados historicamente pela sociedade ocidental, dos quais acabam sendo associados à função biológica que difere homem e mulher e que são cristalizados como verdades incontestáveis. A omissão destes debates em sala de aula camufla a necessidade de discuti-los e desconstruí-los, pois ao subjuga-los, cria-se a ilusão de que são irrelevantes e inoportunos em razão do silêncio/proibição que lhes conferem. Em contrapartida, propostas como esta desvelam o quão aparente é esta ideia, constituindo-se numa relação de poder que perpetua as desigualdades de gênero.
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