SOUZA NETO, Cláudio Pereira. Democracia em crise no Brasil: valores constitucionais, antagonismo político e dinâmica institucional. Editora Contracorrente: São Paulo; EdUERJ: Rio de Janeiro, 2020.
Entrevistamos para esse dossiê da ENTRELETRAS o escritor Janailson Macêdo Luiz que publicou, em 2015, o livro Crônicas do Araguaia, o qual remete diretamente a acontecimentos relacionados ao que a história convencionou denominar como Guerrilha do Araguaia. Estamos diante de uma produção inserida na classificação de “literatura de testemunho”, mais próxima às vertentes latino-americanas do testimonio e que transita entre a ficção e o fato histórico. Janailson é docente da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA) e doutorando em História Social pela USP. A entrevista com o autor se deu pelo Whatsapp, em abril de 2020, durante o período da quarentena relativa à pandemia do Covid-19. Seu trabalho se mostra bastante relevante por trazer à memória uma parte da história que, até mesmo por orientação das diretrizes do governo ditatorial (1964-1985) e por uma justiça de transição que não se efetivou, deveria ser lançada ao esquecimento. Em seu relato, trata de seu processo de criação, a relação entre ficção e história, trazendo personagens que perpassam suas narrativas e aludem à memória social em torno dos acontecimentos relacionados à Guerrilha, à tortura, à resistência.
RESUMO: O presente artigo como objetivo principal analisar o protagonismo do teatro e, principalmente, da classe artística, no cenário político brasileiro na luta contra a ditadura militar brasileira. Conforme realçado ao longo do texto, a ditadura militar no Brasil durou de 1964 a 1985, ou seja, 21 anos em que houveram sérios cerceamentos dos direitos políticos dos brasileiros. Construímos como hipótese, que nesta conjuntura política adversa a classe artística levantou-se capitaneando, em conjunto com outras forças políticas, a luta contra o regime militar. Para a consecução do artigo em tela, utilizamos de uma pesquisa qualitativa através da análise de conteúdo dos elementos mais significativos, tanto da bibliografia que pudessem aludir ao período quanto de material fílmico que contribuísse para a pesquisa realizada. Finalizando, concluímos que, com certeza, o teatro foi uma grande trincheira de luta contra o regime ditatorial e os palcos serviram de verdadeiras trincheiras para a classe artística servindo de porta voz para a população reverberar os seus dramas.
Em entrevista concedida especialmente para o dossiê Literatura e História, da EntreLetras, o jornalista Eduardo Reina, autor de livros que versam sobre a ditadura civil-militar brasileira, falou-nos de seus trabalhos, em especial Cativeiros sem fim: as histórias dos bebês, crianças e adolescentes sequestrados pela ditadura militar no Brasil, publicado em 2019 pela Almedina. O livro possui como objetivo principal investigar a trajetória de crianças filhas de militantes políticos e oponentes do regime militar, que foram sequestradas durante a ditadura civil-militar (1964-1985), sobretudo filhos de militantes e camponeses da Guerrilha do Araguaia, ocorrido no Sudeste do Pará e Norte do Tocantins, entre 1972 e 1975. Como resultado de pesquisa, na entrevista o autor desnuda esse crime de lesa-humanidade até hoje não reconhecido pelo Estado brasileiro, bem como aponta acerca dos medos e traumas presente na Região do Bico do Papagaio/TO, latente ainda em virtude da ação militar empreendida no período.
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