O presente trabalho tem como objetivo examinar a literatura científica internacional com vistas a contribuir para o aprofundamento do conhecimento acerca da gig economy, em estudos desenvolvidos a partir da perspectiva do trabalhador. Para tanto, empregamos três modelos de análises: bibliométrica, cientométrica e de conteúdo, que forneceram um retrato dinâmico de como se estrutura o domínio de conhecimento deste campo atualmente. Os resultados evidenciam que o campo é altamente recente e promissor, com início em 2016, marcado pela publicação em periódicos com alto fator de impacto, situados, em geral, no primeiro quartil, o que informa que o campo de estudos é de interesse da comunidade acadêmica internacional. Além disso, identificamos os principais autores e documentos cocitados, as palavras-chave com maior ocorrência e com maior explosão de citações, descortinando tendências sobre o tema. Propomos a classificação dos estudos deste campo em três perspectivas: The Bright Side, The Dark Side e Regulação do Estado. Por fim, propusemos rotas de investigação em forma de desafios a serem superados pelos pesquisadores. Tal agenda de pesquisa convida os investigadores a contribuírem na edificação de um campo em construção.

PurposeThis study aims to understand the production of consent to precarious working conditions in administration students' internship experiences.Design/methodology/approachA total of 13 students of an undergraduate program in Business Administration in a private university were interviewed. The students' perceptions about the dynamics of the internship and their engagement in this experience were explored through thematic analysis.FindingsInternships became more than spaces to learn about the world of work. They are also the locus of professional socialization toward precarious work. The detachment of internships from their educational scope is mediated by neonormative control mechanisms that subjectively mobilize the interns, producing the institutionalization and appreciation of the precarious experience, resignified as something that leads to autonomy, learning and a job position.Practical implicationsThe article can help students, universities and companies to assess the role of internships in training future professionals.Social implicationsThe research problematizes the internship as a form of professional socialization toward precarious work and its detachment from the original educational purpose. The article critically contributes to the debate about the current professional socialization process of young students.Originality/valueThe article highlights the subjective dimension that supports students' consent to dysfunctional internships, discussing both the experience of work precariousness and exploitation, and the terms of the students' engagement in such dynamics, bridging consent to neonormative controls.

O estudo teve por objetivo identificar o panorama das produções acadêmicas que abordam os efeitos do aumento da precarização do trabalho nos novos desenhos de carreiras. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que, através de uma busca realizada nas bases de dados da ISI Web of Science, Scopus/Elsevier, Scientific Electronic Library Online e EBSCO, identificou artigos que abordaram tal temática no período entre 1995 e 2018. Os resultados do estudo evidenciam o crescimento de publicações da temática nos últimos anos, com destaque para estudos realizados na Inglaterra, Alemanha e Brasil, e no que diz respeito aos temas analisados constatou-se, por um lado, que estes versam sobre diversas atividades, predominantemente, sobre carreiras de docentes, das indústrias criativas e da saúde, profissões que exigem maior qualificação do trabalhador. Entretanto, por outro lado, as profissões com menor complexidade ou que exigem baixa escolaridade apresentaram poucos estudos, sinalizando baixo interesse da comunidade acadêmica, além disso, constatou-se que os estudos privilegiaram categorias como gênero, raça, idade, bem como aspectos singulares como a precarização subjetiva e a influência de fatores ideológicas e/ou status social que podem ser considerados “atraente” no trabalho precarizado.