Com o aumento da ocorrência de zoonoses emergentes e reemergentes, o cão desempenha papel relevante como reservatório de algumas delas, destacando-se assim o seu papel como animal sentinela para o estudo de várias doenças comuns entre humanos e animais. Buscou-se avaliar o potencial zoonótico da população canina investigando a soroprevalência de anticorpos para  toxoplasmose, leptospirose e leishmaniose visceral em 181 cães do Município de Pardinho, SP. Analisou-se as variáveis epidemiológicas como idade, sexo, situação vacinal, ambiente em que vivem, se há rede de água e de esgoto, livre acesso à rua, presença de roedores, e se os tutores deixam a alimentação dos animais à disposição no período noturno que são fatores de risco para a ocorrência dessas enfermidades. Trata-se de um estudo transversal do tipo inquérito soroepidemiológico. As amostras de soro foram obtidas no momento da castração realizada por Médico Veterinário no Programa de Controle Populacional realizado pelo Serviço de Vigilância do município. Foram submetidas a reação de imunofluorescência indireta (RIFI) para detecção de anticorpos da classe IgG anti-Toxoplasma gondii e anti-Leishmania chagasi bem como anticorpos anti-Leptospira spp, para vários sorovares de leptospiras pela técnica de soroaglutinação microscópica (SAM). Encontrou-se 7 (3,87%) de soropositividade para leptospirose, sendo o sorogrupo de maior prevalência o Canicola (71,42%), seguido do Icterohaemorrhagiae (14,29%) e Pyrogenes (14,29%). Para pesquisa de anticorpos anti-Toxoplasma gondii 17 animais foram positivos, com título 16 (47,05%), 64 (41,17%), 256 (5,89%) e titulo 4096 em (5,89%). As amostras testadas para leishmaniose visceral canina foram todas negativas. A análise estatística foi realizada com o software SAS OnDemand of Academics em nível de significância de 0,05 e as associações entre as variáveis epidemiológicas ambos pelo Teste de Fisher, porém não houve relação estatística significante entre elas, pois o nível de significância foi maior que 0,05.