Este artigo traz, como ponto de reflexão, a poesia escrita por uma aluna travesti de um curso de especialização em relações de gênero e sexualidades, visando argumentar que esse curso, numa universidade pública federal, pode se constituir como ‘espaço seguro’ de constituição de si. É esse jogo de força que é o foco das nossas análises a partir da poesia, tomando a perspectiva foucaultiana como inspiração para problematizar a escrita de si e os jogos discursivos que ela aciona na produção de si e dos outros.
O artigo apresenta três movimentos de pesquisa cujo foco recai sobre experiências de gêneros e sexualidades no ensino superior, a partir de referenciais foucaultianos sobre experiência, processos de subjetivação e relações saber-poder. Em cada investigação, a questão das vivências de estudantes no ensino superior – estudantes LGBTI+, estudantes de Pedagogia e estudantes trans – se torna objeto de análise, buscando visibilizar movimentos formativos que constituem subjetividades de gênero e sexualidade. Conclui-se que experiências de gêneros e sexualidades específicas são vividas no ensino superior, considerando a universidade um espaço formativo que contribui para construir, tensionar e negociar sentidos de pertencimento, saberes prévios e relações de forças.
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