Apesar de debates recorrentes sobre a necessidade de direcionar o olhar da sociedade para práticas cotidianas que garantam os direitos humanos em regiões periféricas como as favelas brasileiras, reflexões profundas sobre o tema tendem a receber menor espaço na grande imprensa. Por outro lado, mecanismos para fortalecimento da cidadania podem ser observados em iniciativas locais emergentes como o “Voz das Comunidades” (VOZ) que faz uso da comunicação como processo estratégico e instrumento para acesso a outros direitos como segurança, saneamento básico, saúde e educação. Parte de projeto de tese sobre Comunicação para Mudança Social (ROGERS, 1974; MELKOTE, 2018), este trabalho tem como objetivo refletir sobre a atuação do “VOZ”, que surgiu como jornal escolar em 2005, no Rio de Janeiro, e desde então repercute em âmbito nacional e internacional. Seus aprendizados e experiências levados para outras regiões periféricas do país tendem a fomentar a construção da cidadania, mediante fortalecimento dos valores da democracia, da paz e da consciência social coletiva em prol da redução dos índices de violência, de melhorias na qualidade de vida e do debate público em prol de políticas e mudanças sociais para essas localidades.
O cenário de plataformização e lógica algorítmica proporciona novos desafios sociopolíticos para a participação de ações coletivas na internet na medida em que “colonializa” (Couldry, 2019) e intensifica a disputa por direcionamento e padronização da atenção coletiva (Couldry, 2010; Citton, 2017). No entanto, se há organizações midiáticas e grupos econômicos controlando o modelo de negócios na internet e hierarquizando os temas de interesse, há também vozes que buscam visibilidades para causas locais em contrafluxo à dinâmica atencional estabelecida na esfera pública. Parte do projeto de pesquisa, em andamento sobre atenção humana e participação, esse artigo tem como objetivo discorrer sobre o cenário de uso das tecnologias digitais que, de modo controverso, potencializam disputas e também visibilidades enquanto impõem impasses para o efetivo exercício da democracia e da participação por vozes que buscam alcançar mudanças sociais locais. Ao discorrer sobre a estrutura midiática e tecnologias digitais pautadas pela expansão do capitalismo, propomos reflexões sobre a dinâmica da atenção a partir da esfera pública habermasiana e da proposta de “esfera pública oposicional” (Caballero, 2020), indicando possíveis percursos teóricos para a compreensão do paradigma das ações coletivas e movimentos sociais na atualidade
Este artigo trata as mídias sociais como ferramentas complementares para articular pessoas em torno das iniciativas de comunicação comunitária. Problematizando o uso dessas mídias no ativismo comunitário e a construção de uma esfera pública política local nossa pesquisa, baseada em pesquisa bibliográfica, divide-se em três partes: 1) resistência da radiodifusão comunitária em tempos de convergência e mídia social como plataforma de complementaridade; 2) uso de mídias sociais nas iniciativas de radiodifusão comunitária; e 3) desafios futuros para o desenvolvimento de uma esfera pública política em torno de iniciativas de radiodifusão comunitária. Palavras-chave: Comunicação comunitária. Mídias sociais. Esfera pública local.
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