Resumo Este artigo tem por objetivo discutir a história do avanço da fronteira agrícola em direção aos campos cerrados e seu papel na intensificação da ação humana relativa aos processos de governança dos ciclos biogeoquímicos - a Grande Aceleração. Mais especificamente, este trabalho discute como a pesquisa em fertilidade dos solos, o incentivo à migração sulista e a intensificação da monocultura ocuparam papel central na ruptura com os processos tradicionais de ocupação de campos e savanas na região central do Brasil. Por fim, observa-se como tais elementos serviram como instrumento para a consolidação de programas de desenvolvimento não limitado aos cerrados, mas também como modelos para a expansão agrícola em áreas de savana nos continentes americano e africano.
Analisa a bibliografia sobre Nelson Rockefeller e a atuação no Brasil da American International Association for Economic and Social Development. Expõe interpretações otimistas sobre as ações de Rockefeller e da agência, bem como a corrente de pensamento que o caracterizou como um dos principais representantes do imperialismo norte-americano, seja como representante político na década de 1960, seja como idealizador de atividades de interesse privado. Procura demonstrar que as ações individuais ou da agência coadunavam com as elites locais, que influenciavam o remodelamento e a operacionalização dos projetos de cooperação técnica.
Resumo Aborda a relação entre ciência e cerrado no período entre a publicação do livro de Eugenius Warming (1892) e artigo de Rawitscher, Ferri e Rachid (1943), botânicos da Universidade de São Paulo. Warming afirmou que a escassez de recursos hídricos influenciou na formação da vegetação característica e na baixa fertilidade dos solos. Arrojado Lisboa, Alberto Sampaio, Philipe Vasconcelos e Barbosa de Oliveira propuseram projetos diversificados sobre o aproveitamento econômico do cerrado. Já o artigo de 1943 apontou para a riqueza dos recursos hídricos na região, influenciando o aumento de experimentos agrícolas. Este texto enfatiza principalmente o levantamento da diversidade da vegetação dos cerrados e os debates sobre a (in)fertilidade dos solos para cultivo em larga escala.
This article analyzes the role of soil in the making of authoritarian regimes and illustrates twentieth-century practices and discourses related to fertility across the globe. It compares two different approaches to and understandings of soil fertility: the first emerged in North Libya under Italian Fascist rule (1922–1943), the second in Central Brazil during the civil-military dictatorship (1964–1985). We compare two soil-forming processes that changed physical and chemical properties of the original matter and were embedded within specific ideologies of modernization. In both cases, state agendas of agrarian production played a paramount role not only in socioeconomic projects but also as an instrument to suppress opposition. Technocratic and political aspects of building and maintaining fertility were interwoven, although in different patterns in the two countries. We show how the rejuvenation of land bled into the regeneration of communities through processes that anchored the self-definition and development of these authoritarian regimes, and argue that attempts at landscape transformations through agricultural activity and strategies of fertilization are inescapable features of dictatorships. In so doing, we elaborate the concept of “authoritarian soil.” The juxtaposition of these non-synchronous cases reveals how agricultural modernization developed throughout the twentieth century. Our study is rooted in environmental history and contributes to the ongoing dialogue between that field and science and technology studies. Its cross-temporal, comparative methodology draws upon sources and historiographical debates in English, Italian, and Portuguese.
This paper compares two schemes of agrarian transformation that occurred during World War Two in Libya and northeast Brazil, undertaken by the Italian fascist regime and US private and governmental officials respectively. Although developing different historical trajectories, these
similar efforts aiming to convert desert and semi-arid areas into productive fields intertwined with military services and reflected colonial and post-colonial appropriations in the Global South. The article demonstrates how both Libya and Brazil represented militarised environments and contested
spaces well beyond the WW2 timeframe and how the colonial expansion projects that preceded and resulted from WW2 combined military campaigns and mastery over nature. Our analysis builds upon Italian and US primary sources and scholarly publications in environmental history.
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