Resumo: O presente artigo propõe discutir como podem ser encaradas as relações entre poesia e música a partir da análise de algumas experiências poéticas. Almeja-se refletir sobre como a superação das fronteiras entre a linguagem musical e literária na produção de poetas brasileiros indica uma atitude travessa, na dimensão ambígua que supõe o vocábulo. Em outras palavras, representaria a atitude transgressora que questiona limites estabelecidos e permite, portanto, experimentar. Para desenvolver essa discussão, será desenvolvida a leitura de produção crítica relacionada ao assunto, com foco especial na literatura brasileira. Nesse sentido, foram selecionados textos de autores como Antônio Manoel, Carlos Rennó, Solange Ribeiro, Luiz Tati e Pedro Marques, junto a outros voltados para o estudo de escritores tomados aqui como objeto de investigação. Por outro lado, serão também considerados escritos críticos, bem como poemas e letras de música. Desse modo, autores como Manuel Bandeira e Paulo Leminski serão abordados, sobretudo, no que diz respeito aos diálogos que suas obras, de alguma maneira, estabeleceram ou permitiram estabelecer com a música. Na abordagem dos textos selecionados, a investigação será dirigida no sentido de identificar movimentos que atravessam a condição de poeta e compositor a fim de situar experiências dessa ordem no âmbito dos processos criativos contemporâneos caracterizados, de um modo geral, por transversalidades.
Este artigo introdutório tem por objetivo iluminar o tema proposto para o número atual da revista Gragoatá. Desenvolve uma análise do lugar da literatura como disciplina e de suas relações com o ensino. Para tanto, discute a diversidade de abordagens analíticas e a forma como o tema tem sido tratado pelas instituições brasileiras e por nossos pesquisadores. Além disso, observa de forma crítica publicações destinadas ao ensino escolar brasileiro e, por fim, descreve sucintamente os artigos que compõem o periódico.
O presente artigo aborda o cinema documental do diretor chileno Patricio Guzmán como exemplo de construção narrativa latino-americana que revisa contemporaneamente modelos estéticos e epistemológicos instituídos no Ocidente moderno. A partir do referencial teórico dos estudos decoloniais, explora-se o caráter polissêmico da categoria de deserto no filme La nostalgia de la luz (2010) a fim de expor a origem colonial da concepção de vazios ocupacionais associada, no continente americano, ao deserto, aos desertões, ao sertão e implicada em processos violentos de apagamento de existências e histórias. Por fim, discute-se como experiências narrativas como o filme documentário de Guzmán têm contribuído para o estabelecimento de visões alternativas àquelas fundadas na separação entre natureza e cultura. Palavras-chave: Decolonialidade. Natureza. Deserto. Narrativa. Cinema latino-americano.
A partir da discussão proposta por Susan Sontag, Philippe Dubois e Edmond Couchot, é possível pensar a fotografia como forma de ruptura com a pretensa continuidade do tempo, ao petrificar o instante tornado testemunha de um momento perdido. Brassaï trata da relação com a memória em Proust e a fotografia, tomando por base a ideia de revelação enquanto processo em que a lembrança se realiza apenas no ato de sua evocação, como atualização de uma existência virtual. Nesse sentido, propõe-se uma abordagem da poesia de Drummond como fotografia, especialmente a que constitui “retrato de família”. Considerando-se a importância das marcas de origem presentes na obra drummondiana, busca-se discutir tais marcas como matriz de leitura e de “revelação” da escrita-fotografia sobre a família, a terra natal e a infância. Entende-se Itabira como instância espaço-temporal, pedra carregada pelo poeta, em tensão com a relativização da família patriarcal dada pela ambiguidade fotográfica.
RESUMO Propõe-se, a partir da análise do filme colombiano El abrazo de la serpiente (2015) de Ciro Guerra e do livro A queda do céu (2016) do xamã yanomami Davi Kopenawa, discutir como narrativas contemporâneas têm representado a questão da validade e relevância do conhecimento produzido pelos povos originários da Amazônia. A questão em pauta é, portanto, como nessas narrativas são realizados deslocamentos epistemológicos e políticos que problematizam a centralidade historicamente conferida à perspectiva dos exploradores que, enquanto representantes do Ocidente europeu, desempenharam papel de destaque na construção de um imaginário sobre a região, favorecendo a consolidação de estereótipos e o consequente apagamentos de múltiplas e importantes contribuições dos povos locais. Entende-se, dessa forma, que essas narrativas são estratégicas na medida em que, por meio de procedimentos e formulações próprios, afirmam a legitimidade e a autoridade dos povos indígenas como produtores de conhecimento, bem como ressaltam os seus desdobramentos socioculturais, econômicos e políticos.
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