Revista do núcleo de antropologia urbana da USP 13 | 2013
Primeiramente, é um prazer sermos responsáveis pela apresentação desse dossiê. Mas o fundamental nesta apresentação são as pesquisas para as quais ela pretende abrir caminhos. É interessante que neste conjunto de pesquisas constatamos a relação entre cultura, conhecimento, poder e a centralidade, em especial, da água e dos diferentes papéis das assimetrias sociais, de modo a revelar importantes compromissos sociais.Esse dossiê é composto a partir de trabalhos inicialmente apresentados no X Ser Negra -Semana de Reflexões sobre Negritude, Gênero e Raça dos Institutos Federais, realizado entre 23 e 26 de novembro de 2021, um Congresso altamente científico e democrático que permite a interação entre os mais diferentes sujeitos sociais em um espaço de reciprocidades múltiplas. Foi organizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM) e totalmente online devido aos efeitos da pandemia de Covid-19. A face regional do evento está expressa nessas publicações em suas problemáticas, objetos de estudos e recortes geográficos das pesquisas e é acompanhada por outros textos que escapam a esse recorte, mas potencializa outras discussões, como por exemplo: "Seriam, de fato, problemáticas regionais aquelas que se apresentam como problemas da região amazônica?" Estes textos também revelam lutas por direitos, justiça social, dignidade e por uma História mais diversificada e, com certeza, nada disso é realizado despropositadamente, pois traz preocupações sociais, econômicas, culturais e políticas que apenas reforçam a necessidade de pensarmos a urgência de transformações sociais nas mais variadas esferas da vida em sociedade.Por vezes, algumas destas lutas podem dar a impressão de que carregarmos água na peneira, um dos motivos pelos quais lembramos de um belo poema de Manoel de Barros (1999), que transcrevemos abaixo:
Esta pesquisa teve como objetivo principal fazer o levantamento das casas de farinha na cidade de Lábrea, com o intuito de mostrar que o fazer a farinha está presente na sede do município, em diálogo com a prática tradicional vivenciada nas comunidades, aldeias e sítios da região do Médio Purus.A investigação teve seu início no ano de 2020, quando fomos surpreendidos com a pandemia de COVID19. Tal situação impactou diretamente nossas ações, sobretudo o trabalho de campo.Porém, mesmo diante desse desafio, conseguimos desenvolver as atividades, fazendo algumas alterações na metodologia e seguindo as orientações sanitárias estabelecidas pelos órgãos de saúde.Os dados aqui apresentados foram obtidos junto aos proprietários das casas de farinha, respeitandose o distanciamento social. Desse modo, não foi possível realizarmos a observação participante dos momentos de produção da farinha e nem entrevistas longas. Grande parte dos contatos foi feito através das redes sociais e aplicativos como o WhatsApp.Destacamos que as casas de farinha da cidade não possuem visibilidade e não estão catalogadas ou registradas pelos órgãos oficiais que atuam nas políticas de apoio ao produtor rural.Nesse contexto se insere a importância e singularidade do trabalho apresentado neste catálogo.
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