Este artigo debate a inserção dos mestrados profissionais no meio universitário brasileiro. O texto parte da consolidação dessas novas experiências de pós-graduação no País e de sua atual regulamentação para introduzir um debate sobre a potencialidade de inovação em todo o campo da educação universitária, inclusive junto ao debate teórico, que está contida nesses novos cursos. A partir dessa consideração, o artigo suscita uma reflexão sobre a relação existente entre o mercado e a universidade na direção de afirmar a necessidade de disputa por uma educação pública renovada que combata a naturalização de práticas que a transformam em mercadoria, como o autofinanciamento dos mestrados profissionais, presentes em diversas esferas do contexto universitário brasileiro contemporâneo.
O presente artigo tem como propósito suscitar um debate político acerca do ensino crítico de urbanismo na esfera do ensino superior público, sobretudo no que diz respeito ao espaço urbano desigual brasileiro. Para atingir tal objetivo, desenvolve-se inicialmente uma abordagem de questões relativas à luta pelo direito à cidade e à educação diante das iniciativas de mercantilização do espaço e da educação. Em seguida, discorre-se acerca do ensino crítico de urbanismo como forma de resistência. Tem-se como objetivo problematizar como esses dois eixos se relacionam à lógica de reprodução do sistema capitalista. Busca-se aqui pensar a formação do profissional arquiteto urbanista no intuito de incentivar o desenvolvimento de profissionais críticos e conscientes de suas responsabilidades técnicas, sociais e éticas, aptos a lidarem com aspectos da configuração urbana brasileira contemporânea. Acredita-se que identificar os entraves presentes nestes campos, com vistas a fomentar esse debate, seja fundamental para avançarmos nesta direção.Palavras-chave: reforma urbana, reforma universitária, direito à cidade, educação, urbanismo.
O objetivo deste trabalho é duplo: primeiramente, enfrentar teoricamente a construção da cisão entre as políticas de preservação do patrimônio cultural e do planejamento urbano, uma vez que o direito à cidade só pode ser compreendido como luta por justiça social se contemplar este campo de ação; em segundo lugar, pretende evidenciar uma das formas mais tradicionais de construção desta separação a partir do caso-referência de Ouro Preto.A cidade estudada, Ouro Preto, carrega em sua história a força e os conflitos inerentes à sua consagração como cidade símbolo da identidade nacional no início do século XX. Entretanto, a preservação deste “patrimônio histórico e artístico”, visto aí com esta abordagem – da história e da arte, mas estendido a todo o núcleo urbano, estabeleceu um conflito de origem, a conciliação da dinâmica urbana com a preservação do mesmo acervo material que estrutura a cidade.As políticas de preservação do patrimônio cultural costumam ter um lugar reservado dentro do campo do planejamento urbano e mesmo do urbanismo. Costumam ser atribuídas a uma especialidade técnica que, se por um lado, contém elementos específicos que formatam sua práxis, por outro acaba por construir um senso comum de que tais ações não necessitam estar integradas a outros campos de produção da cidade. Esta parcelaridade pode ser bastante danosa para a produção de espaço com justiça social na medida em que desconsidera algo fundamental para a disputa política do espaço urbano, a memória de sua produção, isto é, da continuidade da produção contemporânea de espaço.Palavras-chave: direito à cidade, patrimônio urbano, políticas públicas
Este artigo apresenta algumas reflexões acerca das possibilidades de resistência não capitalistas a partir dos modos de morar do território rural no interior do Tocantins, mais especificamente, o território vivido da comunidade quilombola Barra da Aroeira. A partir de uma abordagem etnográfica e semiótica, sem perder a conexão com a análise geohistórica e política, da escala mais abstrata, para a qual utilizamos o Materialismo Histórico Dialético e o Pensamento Decolonial, adentramos este território de vasto conhecimento ancestral e resistência não capitalista, com o objetivo de pensarmos, junto com a comunidade, se seriam os quilombos capazes de fornecer elementos para um giro decolonial da categoria do comum. Mais do que um estudo de caso, a pesquisa que dá origem a este trabalho abre questões fundamentais, sem necessariamente resolvê-las. Entendemos que o debate eurocêntrico sobre o comum, a despeito de sua importância, apresenta alguns limites no que diz respeito ao processo histórico da violenta dominação colonial nas Américas, cuja resistência negra e indígena apontam para caminhos outros. Em adição, julgamos que esta resistência converge com a autonomia construtiva e com a liderança das mulheres na coesão social e na luta pela terra. Para isso dividimos o texto em seis partes: 1. Pisando nesse chão devagarinho; 2. A lição das paisagens subalternas; 3. Ruralidade de resistência não-capitalista; 4. Território e arquitetura em Barra da Aroeira; 5. Ser mulher negra quilombola é ser mulher de coragem; 6. Encontro de Saberes.
O artigo debate a originalidade dos textos de Engels para a construção do materialismo histórico e sua atualidade para o entendimento de questões classistas. Percorre algumas de suas obras e explora as contribuições sobre questões espaciais a partir de um duplo ponto de vista. Primeiramente, seus conteúdos históricos sobre a urbanização capitalista industrial que influenciam inúmeras obras atuais; em segundo lugar, sua contribuição metodológica estruturante para a demarcação da teoria social classista, também presente em Marx, e que pode ser considerada como um materialismo geográfico. Este conteúdo e metodologia seguem atuais no debate sobre a definição da classe trabalhadora contemporânea.
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