O objetivo deste artigo foi apresentar a metodologia, resultados descritivos preliminares e a confiabilidade dos instrumentos utilizados no Projeto COMQUISTA. Estudo transversal com indivíduos adultos (>18 anos) e crianças (até cinco anos) de comunidades quilombolas de Vitória da Conquista, Bahia. A coleta de dados compreendeu a realização de entrevistas individuais e domiciliares, aferição de medidas antropométricas e pressão arterial. Utilizou-se o questionário semiestruturado da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), adaptado para a população quilombola, e as entrevistas foram realizadas em computadores portáteis. Foram visitados 397 domicílios e entrevistados 797 adultos e 130 crianças. O perfil demográfico dos quilombolas foi semelhante ao dos brasileiros quanto ao sexo e idade, porém, eles apresentaram precário acesso ao saneamento básico e baixo nível socioeconômico. A análise de confiabilidade demonstrou a adequação das estratégias adotadas para garantia e controle de qualidade no estudo. A metodologia empregada foi considerada adequada para o alcance dos objetivos e pode ser utilizada em outras populações. Os resultados sugerem a necessidade da implantação de estratégias para melhorar a qualidade de vida e reduzir o grau de vulnerabilidade dos quilombolas.
Este estudo objetiva analisar a prevalência da autoavaliação de saúde negativa e fatores associados na população quilombola de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil. Realizou-se um inquérito domiciliar com 797 adultos, em 2011. Os dados sobre autoavaliação de saúde, condições socioeconômicas e demográficas, estilo de vida, suporte social, situação de saúde e acesso a serviço de saúde, foram obtidos por meio da aplicação de questionários. A análise multivariável foi realizada por regressão logística ordinal, ajustada por sexo e idade. A prevalência de autoavaliação negativa de saúde foi de 12,5%. Após modelagem estatística as seguintes variáveis permaneceram associadas à autoavaliação de saúde: cor, escolaridade, consumo satisfatório de frutas e verduras, presença de doença crônica, limitações físicas, apoio social e ao menos uma consulta médica nos últimos 12 meses. A autoavaliação de saúde foi associada às dimensões: socioeconômica/demográfica, hábitos de vida, suporte social e situação de saúde.
Background: Ultra-processed foods are industrial formulations made from food extracts or constituents with little or no intact food and often containing additives that confer hyper-palatability. The consumption of these products increases the risk of chronic non-communicable diseases. Stressed people may engage in unhealthy eating as a way to cope. This study aimed to verify whether ultra-processed food consumption was associated with perceived stress levels in industrial and retail workers from Vitoria da Conquista, Brazil. Methods: This was a cross-sectional study carried out between July 2017 and August 2018. During the study period, 1270 participants completed a survey administered by an interviewer. Stress levels were assessed using the Perceived Stress Scale. Information regarding weekly ultra-processed food consumption was collected. Ultra-processed foods were classified into four groups: sugary drinks; sugary foods; fast foods; and canned foods, frozen foods, or processed meat. The Student’s t-test or one-way analysis of variance was used to assess the differences in stress levels and ultra-processed food consumption. Ordinal regression was used to determine the association between the degrees of stress and ultra-processed food consumption levels. Results: Factors such as a young age, being unmarried, smoking, high-risk alcohol consumption, negative health perception, and high perceived stress level indicated higher rates of ultra-processed food consumption. Ordinal regression analysis showed that high stress levels were associated with increased odds of higher ultra-processed food consumption (odds ratio: 1.94; 95% CI: 1.54–2.45). Conclusions: These findings could help identify appropriate target areas for interventions aimed at mental health promotion and healthier food consumption.
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