Descritores: Lentes de contato hidrofílicas; Hidrogéis; Silicones; Epitélio anterior/fisiologia; Cicatrização de feridas/fisiologia; Ceratite; Ceratectomia fotorrefrativa; Acuidade visualAs lentes de contato terapêuticas são úteis para o tratamento de uma série de doenças da superfície ocular. Suas principais finalidades são: reduzir a dor; proteger a córnea; facilitar e manter a cicatrização epitelial; restaurar a câmara anterior e liberar medicamentos na superfície ocular. Há uma variedade de tipos e materiais, sendo que a escolha depende da doença a ser tratada, tempo de uso e necessidades fisiológicas do olho doente. Doenças como a ceratopatia bolhosa, erosão recorrente do epitélio corneano, olho seco e defeitos epiteliais pós-operatórios, além de várias outras doenças que afetam a superfície ocular podem ser tratadas com a utilização das lentes de contato terapêuticas. Elas não devem ser utilizadas em processos infecciosos ou em pacientes que estão impossibilitados de retornar para acompanhamento regular. A adaptação, controle e manutenção adequados das lentes de contato terapêuticas são fundamentais para prevenir complicações, como: neovascularização corneana, conjuntivite papilar gigante ou ceratite infecciosa. O controle e manutenção foram facilitados com o advento das lentes de contato terapêuticas de silicone-hidrogel. Essas lentes permitem trocas menos freqüentes devido a sua maior oxigenação e, em casos selecionados, aceleram a reepitelização corneana. As LC hidrofílicas foram disponibilizadas no mercado em 1971 e, em 1973, LC mais finas, de troca anual, passaram a ser indicadas com fins terapêuticos, necessitando de remoção freqüente. Depois vieram as LC de colágeno, para serem imersas em soluções oftálmicas, antes de colocar nos olhos; liberam o medicamento e dissolvem-se lentamente, num período de 12 a 72 horas. Em 1987, com a introdução das LC hidrofílicas descartá-veis, estas passaram a ser as preferidas para finalidades terapêuticas. Em 1998 foi desenvolvido um material gelatinoso com alto Dk, o siliconehidrogel, que permite maior transmissibilidade ao O 2 que o hidrofílico. Desde 1999, a LC de silicone-hidrogel tornou-se a primeira escolha como terapêutica, quando o objetivo é proteger e facilitar a recuperação do epitélio corneal ou para evitar ruptura de macrobolhas epiteliais na ceratopatia bolhosa.
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