O objetivo deste artigo é discutir alguns pontos que envolvem o trabalho psicanalítico em situações de vulnerabilidade e violência social. Propostas nessa direção têm ganhado corpo em diversas iniciativas, e daremos foco aqui ao trabalho que vem sendo realizado pelo Núcleo de Estudos e Trabalhos Terapêuticos (NETT). Entre as muitas questões que poderiam ser assinaladas, daremos especial atenção à compreensão dos atravessamentos de questões sociais no processo analítico, em particular o lugar social do saber e sua relação com o estabelecimento da transferência. Será discutido como a circulação da clínica psicanalítica em lugares historicamente não habitados por ela parece simultaneamente demandar o aprofundamento de certas temáticas, e oferecer possibilidades de avanços a outras.
This doctorate research aimed a psychological exam of testimonies of hibakushas and may be considered a continuation of the master degree research entitled Hiroshima: the atomic catastrophe and its witnesses. During the masters it was made necessary to firstly recognize the historical and political facts that led to the development of the atomic bombs in the context of the Second World War, recognition which was also made by a number of survivors who were trying to understand and give form to the very event they've witnessed. This historical and political study together with the Freudian psychoanalytic theory of trauma made it possible, at that time, a first analysis of testimonies of hibakushas in favour of an exam that avoided psychological reductionisms. In that occasion, approximately two hundred testimonies of atomic bomb survivors were studied and it was noticed the recurrence of three psychological phenomena that deeply mark the memories of the deponents: trauma, guilt and shame. These phenomena, which could not be properly studied during the masters, became the object of this doctorate research, and point to the fact that, to a proper understanding of these memories it is imperative to exam these stories not only through a psychoanalytic approach, but also in the context of Japanese culture and through the lessons of Social Psychology. This investigation put some light on the following paradoxes lived by the victims: trauma and meaning, guilt and forgiveness, shame and honour.
BombardeioNo piloto de um único avião carregado com bombas de gás concentra-se toda a autoridade para privar o cidadão da luz, do ar e da vida, que na paz encontra-se dividida entre milhares de chefes de escritório. O modesto bombardeiro, na solidão das alturas, a sós consigo e com seu Deus, carrega uma procuração de seu superior gravemente enfermo, o Estado, e nenhuma vegetação volta a crescer onde ele põe a sua assinatura [...]. (Benjamin, 2012, p.75) bomba de urânio, em seus primeiros estágios de desenvolvimento, foi batizada pelo general Groves de "Thin Man" em homenagem ao presidente Roosevelt. Porém, ao longo do processo de criação da arma, seu formato foi sendo modificado conforme as exigências que o bombardeio impunha aos cientistas. Quando pronta, apresentava um tamanho reduzido se comparada ao modelo inicial e, por isso, passou a ser chamada pelo Projeto de "Little Boy". A bomba de plutônio, por sua vez, foi chamada de Fat Man em homenagem a Churchil (Thomas; Witts, 2012).No dia 5 de agosto de 1945, na base de Tinan, às 15h30, 1 a bomba Little Boy deixou os galpões no qual foi montada (por motivos de segurança, as partes da bomba foram enviadas separadamente de Los Alamos à base de Tinan) para ser colocada no compartimento de bombas do Enola Gay (Thomas; Witts, 2012).À meia-noite do dia 6 de agosto, Tibbets se dirigiu pela última vez aos 26 homens que voariam na missão, antes de chamar cada um deles individualmente para lhes dirigir algumas palavras finais. Quinze minutos depois, a tripulação foi ao encontro do capelão da base, capitão Willliam Downey, que escrevera uma oração para aquele momento.Pai Todo-Poderoso, Que ouvirá a oração daqueles que O amam, nós oramos ao Senhor para que estejas com aqueles que enfrentarão as Alturas de Seu céu e que carregarão a batalha aos nossos inimigos. Vigie-os e proteja--os, nós oramos ao Senhor, enquanto voam a seus destinos. Que eles, assim como nós, conheçam Sua força e poder, e armados com Seu poder possam trazer um rápido fim a essa guerra. Nós oramos ao Senhor que o fim da guerra venha logo, e que mais uma vez nós possamos conhecer a paz na Terra. Que os homens que voarão esta noite fiquem em segurança sob Seus Hiroshima: a catástrofe atômica e suas testemunhas Cristiane izuMi nakagawa iA
pelo acolhimento desta pesquisa. Ao Décio Issamu Nakagawa, por tudo. Ao Artur Rafael Theodoro, pelo incentivo que me deu em realizar esta pesquisa, pelas longas discussões sobre o tema, pela companhia na coleta de todos os dados, pelo suporte nos momentos de desespero, pelo incentivo nos momentos de desânimo, pela leitura e releitura deste trabalho e pelo indispensável amor. À Ingrid Mai Theodoro, que me trouxe alegria e vida em um momento de luto e sofrimento, que é meu amor e minha vida, por ter sido comportada, amorosa, compreensiva nos momentos em que precisei me dedicar às leituras e escrita deste trabalho. Ao Prof. Dr. Paulo Cesar Endo, pelo incentivo a revisitar minhas origens e estudar o Memorial da Paz de Hiroshima, pelo incentivo em promover um evento sobre o tema desta pesquisa em setembro de 2012 e pela orientação deste trabalho. Ao Prof. Emérito Sedi Hirano, pelo cuidado e dedicação na leitura deste trabalho, pelas importantes indicações bibliográficas e pelas críticas e comentários construtivos feitos na banca de qualificação e de defesa. Ao Prof. Dr. José Moura Gonçalves Filho, pelo cuidado e atenção para com meu tema de pesquisa, pela leitura cuidadosa deste trabalho e pelas críticas e comentários feitos na banca de qualificação e de defesa. À Kyoko Nakagawa, pelas traduções, pelo auxílio na compreensão da cultura japonesa, pelas discussões sobre o Japão e sua história, pela ajuda com os contatos em Hiroshima, pelo incentivo a ir à Hiroshima para o estudo do Memorial da Paz, essencial para a realização desta pesquisa. À Nádia Nakagawa, pelo incentivo nesta pesquisa, pelo eterno apoio, compreensão, companheirismo, lealdade e amor, por estar sempre ao meu lado cuidando de mim e da Mai. Aos Tânia Nakagawa, Eduardo Nakagawa e Shoko Tomihama, pelo incentivo à visita ao Japão, pelas conversas sobre a cultura japonesa, pelo apoio na compreensão de certos aspectos do Japão, pelo cuidado comigo e por cuidar da Mai para eu poder escrever. Aos amigos Helena Rizzi, João Gonçalves, Renato Malkov, Raphael Almeida, Priscila de Araújo, Davi Mamblona e Ana Luiza Milioni, pelo apoio nesta pesquisa, pelas discussões sobre os problemas enfrentados durante o processo de elaboração deste trabalho, pela cuidadosa leitura deste trabalho, pelo companheirismo, amor e cuidado. Ao Luiz Eduardo Moreira, pelas ricas conversas sobre o tema desta pesquisa, pelo incentivo, pela sempre preocupação e cuidado, pela revisão deste trabalho e pela fundamental amizade. À Professora Maria Helena Souza Patto, pelo cuidado e carinho e pelas conversas sempre enriquecedoras.
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