Objetivo: O objetivo deste artigo é refletir, a partir das luzes das teorias da economia crítica, como a economia feminista e a economia ecológica estão interligadas na prática das mulheres agricultoras no Sertão baiano possibilitando o Bem Viver, fomentando uma outra economia na agricultura familiar, e contrapondo a economia convencional. Métodos: Este artigo visa refletir as contribuições das mulheres agricultoras em uma outra perspectiva de economia para a agricultura familiar, a partir das Cadernetas Agroecológicas, implementadas pela Assessoria Técnica Contínua (ATC) da organização da sociedade civil do Serviço de Assistência Socioambiental no Campo e Cidade (SAJUC), que atua na assessoria técnica do Projeto Pró-Semiárido, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública do Estado da Bahia, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural, em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), no município de Casa Nova – Bahia, em 06 comunidade rurais. A implementação da metodologia das Cadernetas Agroecológicas, em tais comunidades, foi iniciada em agosto de 2019 a julho de 2020. Este trabalho foi fundamentado a partir de uma pesquisa bibliográfica, no qual os dados aqui expressos foram obtidos de uma abordagem “qualiquanti”, fundamentada na pesquisa-ação, baseada em observações participantes, diário de campo, dados oficiais de domínio do SAJUC e dos relatos de mulheres agricultoras que participaram da metodologia de aplicação das cadernetas agroecológicas. Resultados: Foi possível demonstrar que a produção econômica, monetária e não-monetária oriunda das produções protagonizadas pelas agricultoras foi fundamental para à economia familiar, apontando para as economia feminista e ecológica como um caminho para o Bem Viver. Além disso, por meio das trocas e doações, foi possível o acesso de vizinhos e familiares, a alguns tipos de alimentos que não poderiam adquirir no mercado, aumentando a reciprocidade. Conclusão: A partir da análise será possível compreender em quais aspectos as mulheres agricultoras potencializam outras economias diferentes da convencional em seus territórios e como isso contribui para a construção do Bem Viver e de alternativas ao desenvolvimento rural.