Este trabalho busca explicitar, a partir da teoria decolonial, dogmas e preceitos opressivos que circunscrevem a relação dominador x dominado, que advém de forma muito semelhante à relação colonizador x colonizado, explicitando que mesmo na ausência da política colonial, arrasta-se pelo mundo moderno, a existência da colonialidade. Pensando em como essas questões incidem no meio literário, busca-se fazer uma análise de da obra Compasso Binário (1972), de Arlete Nogueira da Cruz, a qual é costumeiramente marginalizada, tanto por ser escrito por mulher, quanto pelas questões que envolvem tabus, retratando o patriarcado opressivo e violências contra o corpo feminino, incidindo assim na colonialidade de gênero. Desse modo, este trabalho explicita a análise das personagens Baianinha e Natália, sendo uma prostituta e a outra estudante e estagiária de medicina, e consequentemente fazem parte de diferentes alas da sociedade ludovicense, no entanto as personagens têm suas vidas cruzadas na narrativa a partir da dominação masculina e da violência. Assim, parte-se do objetivo geral de realizar uma leitura analítica sob a abordagem da decolonialidade do romance maranhense Compasso Binário (1972) da escritora Arlete Nogueira da Cruz; quanto aos objetivos específicos tem-se o intuito de verificar como o romance Compasso Binário se relaciona com os aspectos que reverberam a colonialidade de gênero; e, analisar como as situações de dominação pater-colonial que são problematizadas na narrativa. Para tanta são utilizados os estudos de Lugones (2008), Maldonado-Torres (2016), e Mignolo (2017).
A resenha apresenta o livro A representação do espaço e do poder em Mário de Carvalho: uma apologia da subversão (2018), da pesquisadora Márcia Manir Miguel Feitosa, da Universidade Federal do Maranhão. No cruzamento entre o literário e o geográfico, Feitosa busca, nos teóricos da Geografia Humanista Cultural, o referencial para traçar uma leitura da representação do espaço e do poder na narrativa do escritor português Mário de Carvalho.
This work analyses the design of the image of the Portuguese writer José Maria Eça de Queirós (1845-1900) in Brazil, based on the Brazilian seminal queirosian critique and verifying how the dialogue between such criticism and other critical readings about the author is established until the end of last century. For this study, the queirosian critique produced in Brazil was divided in three stages: the first, dating back to the first relative important critique about Eça, written by Machado de Assis in 1878 and it runs through until 1942 with the last book about the writer preceding the anniversary of the first ephemeris in 1945 with a set of texts, defined here as seminal critique; the second, featuring the publications that resumed the model of this seminal critique, by rereading the founding texts between the anniversaries of the two major ephemerides: 1945 and 2000 and finally, the third stage presents the publications that did not follow the seminal critique, opening new approaches concerning the life and work of Eça, making the same period between 1945 and 2000. Thus, it demonstrates the way in which the seminal criticism remains until nowadays as a founding element of the widespread image of the writer in Brazil.
Livro resenhado: FEITOSA, Márcia Manir Miguel. A representação do espaço e do poder em Mário de Carvalho: uma apologia da subversão. São Luís: Café&Lápis, 2018. 121 p. ISBN 9788562485787.
Este artigo apresenta o resultado de um estudo crítico-analítico dos textos publicados na seção “Entrevista” acerca de Eça de Queirós, entre 1981 e 2011, no Jornal de Letras Artes e Ideias _JL_, de Lisboa, verificando como as entrevistas do JL são fonte documental para a história, a biografia e a crítica sobre o autor português. Para a realização da pesquisa, foram realizadas visitas a dois centros de referências: ao Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa (CEDAP), da Universidade Estadual Paulista, de Assis e à Sala de Materiais Especiais, da Biblioteca “Florestan Fernandes”, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo. Após reunir, catalogar e analisar as entrevistas sobre Eça de Queirós no JL, observando a frequência, variações no conteúdo das críticas com a mudança no quadro de colaboradores (críticos, escritores, pesquisadores) e contexto sócio-político-cultural, notamos que nos 30 anos percorridos no periódico lisboeta, foi possível observar o diálogo entre as publicações sobre Eça no JL com as mais renomadas críticas queirosianas, visando a comprovar o valor dos textos desse periódico, observando como eles dão continuidade à tradição crítica sobre o autor português ou rompem em relação ao que já foi produzido a respeito de Eça.
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