RESUMO No campo da saúde no Brasil, o trabalho em equipe no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS) se configura como estratégia para avançar na perspectiva do cuidado integral, bem como para ampliar a resolutividade nos demais níveis de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS). Este artigo objetivou analisar os potenciais e desafios do trabalho interprofissional com as Práticas Integrativas e Complementares (PIC) no contexto da APS. Estudo de abordagem qualitativa, efetuado no período de setembro de 2014 a junho de 2015. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas por telefone com os coordenadores das Unidades Básicas de Saúde para mapear a ofertas das PIC. Os resultados foram submetidos à análise de conteúdo temática, revelando oportunidades e entraves para o trabalho interprofissional no contexto da APS. Observou-se que, em muitas experiências, o trabalho em equipe não se fundamenta na colaboração. Por outro lado, as PIC promovem maior satisfação no trabalho em razão das mudanças que promove na organização do trabalho, por meio da maior interação entre práticas e saberes dos profissionais e entres estes e os usuários.
The growing use of Complementary and Alternative Medicines (CAM) IntroduçãoTem havido um aumento exponencial no uso de Medicinas Alternativas e Complementares (MAC) no tratamento de várias doenças agudas e crônicas, dentre elas o câncer e o diabetes. O processo de ampliação no uso ocorre em paralelo ao progresso científico e tecnológico da medicina moderna ocidental e vem despertando o interesse de usuários, pesquisadores, profissionais e gestores de serviços de saúde.A polêmica inserção das MAC nos sistemas de saúde nacionais tem como referência documentos da Organização Mundial da Saúde (OMS), como Estratégia de la OMS sobre Medicina Tradicional 2002, preconizando investigações sobre: políticas de integração nacional dessas práticas nos sistemas nacionais de saúde; segurança, qualidade e eficácia dessas práticas; acesso às práticas e uso racional por profissionais e consumidores 1 .Tal cenário tem estimulado a investigação de questões não exploradas nos estudos quantitativos, quase sempre empenhados em descrever: o tipo de técnicas utilizadas, o perfil da população consumidora e o tipo de evidência científica produzida sobre essas práticas 2 . É perceptível o crescimento do número de estudos com abordagem qualitativa em saúde que buscam entender aspectos tais como as concepções pessoais e coletivas da doença, prevenção, risco, gerenciamento de condições crônicas, itinerários pelos 7 REVISÃO REVIEW
O interesse no tema das medicinas alternativas e complementares tem aumentado, principalmente entre pacientes oncológicos. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura na base de dados PubMed sobre o perfil dos pacientes que optam pelo uso dessas medicinas e suas motivações. As palavras-chaves utilizadas na busca foram "cancer and complementary alternative medicine" e "oncology and complementary alternative medicine", no período 1995-2005. Os critérios de seleção foram: presença dos descritores no título dos artigos, idiomas português, inglês ou espanhol e terem sido realizados em população adulta. A partir de 43 artigos analisados, concluiu-se que a utilização de medicinas alternativas e complementares é parte do escopo social desses pacientes. Seu uso é importante na construção da identidade de pacientes com câncer, ajudando-os nas decisões em relação ao tratamento convencional.
Buscou-se apreender os sentidos do uso de Medicinas Alternativas e Complementares (MAC) por pacientes em tratamento do câncer no Serviço de Oncologia do HC/Unicamp. Para tanto, analisou-se: 1) como os pacientes lidam com a saúde/doença; 2) as motivações e os processos subjacentes à decisão do uso das MAC; e 3) as redes de sociabilidades que influenciam na decisão pelo tratamento convencional e o não convencional do câncer. Verificou-se, com base no discurso de oito pacientes entrevistados, a importância do dispositivo e dos serviços religiosos para a construção dos sentidos sobre: a dimensão biológica da doença, as possibilidades de cura, o preenchimento do vazio promovido pelo modelo biomédico e a busca por cuidado ampliado. Assim, a prática religiosa foi vivenciada pelos pacientes constituindo-se como estratégia que legitima e ameniza a incerteza diante das questões de caráter moral, pessoal, social e, também, físico, relativas à condição oncológica crônica.
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